segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Como calar um Banana em três actos.

O FC Porto continua mandão em casa e, no Domingo, alargou para cinco pontos de vantagem sobre o Sporting na frente do campeonato. Josué, Danilo e Lucho marcaram os golos Azuis na vitória sobre os Leões, no jogo grande da 8.ª ronda da Liga Portuguesa (3 x 1).
FC Porto e Sporting subiram ao tapete verde do palco Azul com a intenção de escrever mais um pedaço de história neste campeonato e lutar pela liderança na tabela classificativa. Perante um ambiente de euforia - vivido sobretudo nas bancadas onde não faltaram algumas picardias de parte a parte - Dragões e Leões procuravam somar mais três pontos rumo aos lugares cimeiros.
No duelo oficial número 216 entre Dragões e Leões (em todas as competições) na história do futebol Português, os Portistas queriam "vingar" a derrota de meio de semana, para a Liga dos Campeões, frente ao Zenit, enquanto que o Sporting lutava para se manter sem derrotas nesta Liga.
Leonardo Jardim tinha dito, na semana que antecedeu o clássico, que rumava ao Dragão sem nada a perder mas disposto a lutar pela liderança, sempre com a noção de que o adversário entrava em campo «na condição de favorito».
Paulo Fonseca, por seu lado, não escondeu que o seu plantel entra em todos os jogos «para vencer», independentemente do nome do opositor.
No clássico frente aos Leões, o FC Porto procurava manter a invencibilidade, em casa, em partidas do campeonato, poucos dias depois de se terem completado cinco anos desde que os Azuis e Brancos sofreram a sua última derrota no Estádio do Dragão para a primeira Liga.
O FC Porto - equipa consolidada, experiente e constante nos últimos anos – entrou no palco do jogo com a fixa ideia de vencer e, se possível, com um futebol atractivo. Empurrados pela ambição sem limite da família Portista, que acorreu em massa ao seu estádio, o pensamento Portista sabia que perder estava fora de questão.
Mas, do outro lado, estava um Sporting em bom momento na temporada. Após a pior época da sua história, a Nação Verde e Branca ressurgiu embalada nesta temporada.
Na distribuição dos atletas os dois técnicos não fugiram ao seu plano táctico habitual. Paulo Fonseca, que não contava com o lesionado Juan Quintero, lançou Héctor Herrera na titularidade. O treinador Portista ofereceu, deste modo, um voto de confiança ao médio Mexicano, depois do duplo amarelo (e consequente vermelho) visto na Champions, na última terça-feira, frente ao Zenit. Quanto ao resto, Varela e Josué foram escolhidos para "carrilar" jogo para Jackson Martínez, a habitual referência mais adiantada dos Tricampeões Nacionais.
Do outro lado, Leonardo Jardim viu-se forçado (outra vez) a não contar com Jefferson e lançou, por isso, Iván Piris. O técnico do Sporting optou ainda por deixar Capel no banco e lançou para a titularidade André Carrillo e Wilson Eduardo... no apoio a Fredy Montero.
Quando Artur Soares Dias apitou para o começo do jogo, as duas equipas fizerem notar algum nervosismo. Muita precipitação, muitas bolas por alto e alguns passes errados de parte a parte. Ainda assim, aqui e ali FC Porto e Sporting espreitavam a felicidade.
É certo e sabido que em qualquer duelo marcar cedo é sempre duplamente favorável; dá maior segurança a quem faz o golo e deixa, por outro lado, o adversário numa situação, pelo menos, incómoda. E a verdade é que os Tricampeões Nacionais adiantaram-se cedo no marcador. Aos 11 minutos, Josué colocou os Portistas a vencer na transformação de uma grande penalidade; Varela subiu pela esquerda, assistiu Alex Sandro na área e Maurício, de acordo com o árbitro Artur Soares Dias, travou em falta o esquerdino.
Em desvantagem, Leonardo Jardim pediu aos seus jogadores para subirem mais no terreno e pressionarem os Portistas em zonas mais avançadas. No entanto, o FC Porto circulava bem a bola - apesar de algum sub-rendimento de alguns jogadores - e o Sporting teve dificuldades para criar perigo junto da baliza de Helton. De resto, apenas aos 19 minutos, os Leões ameaçaram as redes Azuis e Brancas. André Martins quase surpreendia Helton e Mangala, que não souberam controlar uma bola que parecia inofensiva.
Até final da primeira parte o jogo avançou morno e sem lances dignos de registo. O FC Porto deixou o relógio correr e o Sporting continuou a demonstrar falta de capacidade para ter bola.
No regresso para o segundo tempo nenhum dos técnicos alterou as peças. Mas a verdade é que o Sporting entrou melhor e deu sinais de que queria chegar ao empate. Aos 56 minutos, William Carvalho tentou o empate com um forte remate de zona frontal, mas a bola saiu ao lado. Não marcou aos 56', marcou aos 60. Na sequência de um livre cobrado na direita, Helton desviou e o médio Leonino, à meia-volta, de pé esquerdo, rematou para o fundo das redes Azuis; a bola parece ainda sofrer um desvio na perna de um jogador do FC Porto.
Com o jogo empatado, a emoção parecia renascer no Dragão. E renasceu mesmo. Aos 62 minutos, Danilo provocou uma "implosão" no estádio do FC Porto. O defesa Brasileiro recebeu a bola no limite da área, virou-se para a baliza, tirou um adversário do caminho e rematou de forma fulminante de pé esquerdo, sem hipóteses para Rui Patrício! Golão!
Os Leões voltavam a estar em desvantagem mas também não demoraram a ameaçar as redes de Helton. Aos 68' e 69 minutos os Sportinguistas obrigaram o guarda-redes Portista a mostrar serviço entre os postes; primeiro foi Montero com um remate de longe, depois foi Iván Piris.
No futebol há um velho ditado que diz que «quem não marca, sofre». Dito e feito por Lucho González. El Comandante marcou de cabeça, aos 74', e colocou um ponto final no que ao vencedor do jogo dizia respeito, depois de uma jogada de nota artística do conjunto de Paulo Fonseca.
Os minutos que se seguiram foram de total controlo por parte dos Tricampeões Nacionais, que procuraram gerir a vantagem. O Sporting, no entanto, tentava reduzir a distâncias e reentrar na luta pelo resultado. Porém, os Dragões eram rápidos nas recuperações de bola e na chegada a zonas mais avançadas do terreno.
O FC Porto, ao som de olés vindos das bancadas, conservou a vantagem e somou os três pontos, naquela que foi a primeira derrota dos Leões na Liga, esta época.
 
Retirado de zerozero
 
Melhor em Campo: Helton

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