quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Tanta ineficácia

O FC Porto não foi além de um empate a um na receção à Roma, num jogo onde ficaram evidentes muitas dificuldades dos dragões em lidar com um adversário pressionante e experiente. A expulsão de Vermaelen trouxe outra emoção ao jogo, só que a reviravolta ficou a meio caminho e agora será preciso correr atrás do prejuízo na Cidade Eterna.
Foi a um ritmo muito elevado que o jogo arrancou. Duas equipas a quererem pressionar alto e a fazerem-no, se bem que melhor a execução romana que a portista, muito porque os médios de Spalletti (Nainggolan sobretudo, mas também Strootman) subiam no terreno para o fazer, ao contrário de Danilo e André André, muito mais estáticos e posicionais sem bola.
Num jogo vivo e em boa velocidade, a Roma superiorizou-se também porque, numa fase inicial, os seus laterais tiveram muito mais confiança para subir, ao contrário de Maxi e Telles, com ordens prioritárias para não perderem de vista Salah e Perotti.
Dois fatores aqui referidos que, aliados ao posicionamento de Herrera (má a opção de o colocar na direita, onde não deu velocidade nem consistência), fizeram com que a Roma estivesse mais perto de um golo que chegaria numa infelicidade de Felipe, mas que só não aconteceu antes porque Alex Telles foi enorme a compensar uma falha de Casillas e outra de Danilo Pereira.
E, apesar da imediata resposta, pelo inevitável André Silva - tivessem todos a sua vontade... - pouco mais se viu de um FC Porto refém da posse italiana. Com Nainggolan a dar um enorme pulmão à equipa e com De Rossi a comandar com os pés e com a boca, os italianos ficaram bastante confortáveis no jogo, que já dominavam e que o fizeram ainda mais depois do golo, muito porque, a pensar, foram normalmente mais rápidos que a formação lusa.
Dizer que o jogo podia estar decidido perto do intervalo era manifestamente exagerado, se bem que seria necessária uma drástica ação para inverter o rumo da partida. E foi precisamente isso que aconteceu, quando Vermaelen, já com amarelo, travou André Silva à entrada da área e foi tomar banho. Do livre nada resultou, mas, na disposição anímica, tudo foi diferente e para melhor.
Os portistas podiam ter empatado ainda no primeiro tempo e surgiram no segundo de forma totalmente diferente: na tática, com um regresso ao 4x3x3 à Porto, com Danilo atrás, Herrera e André André à frente no miolo e com Adrián mais sobre uma linha; na postura, intensa e de sentido claro de chegar rapidamente ao golo que devolvesse o equilíbrio à eliminatória; na dinâmica, com muito maior envolvimento dos laterais e com acerto do miolo, onde Danilo mostrou que não fica pior se jogar como único médio defensivo.
Por esta altura, já Otávio, que foi crescendo ao longo da primeira parte, estava em rotação máxima, a abrilhantar a criação portista e a auxiliar um André Silva inesgotável, num tridente que teve a surpreendente, mas muito bem conseguida, aparição de Adrián López (quem o viu e quem o vê...).
De forma natural, o golo apareceu e a plateia, já em grande envolvimento, passou a acreditar ainda mais na reviravolta. Nuno continuou prudente, com receio do que Dzeko e Salah pudessem fazer, e o seu risco ficou-se pelo que foi feito ao intervalo, na mudança do tridente de meio-campo e na ordem para subir dos laterais. Nas substituições, nenhuma loucura e muita cautela, que certamente não agradou a todos os adeptos.
Podia ter sido mais arrojado, se bem que o adversário não era um qualquer. Roma é já na próxima terça e será preciso mais FC Porto.

Retirado de zerozero

Melhor em Campo: Otávio

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