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quarta-feira, 24 de maio de 2017

Pesadelo na Cozinha

Que é como quem diz: “na Tesouraria”! Temos um Dragão maravilhoso, um Museu lindo, um Pavilhão giríssimo, mas a “cozinha”… francamente. Deixa cá ver mais 30 milhões! Parece ser a solução habitual para alindarmos a casa a ver se ganhamos alguma coisinha de jeito. Este Empréstimo Obrigacionista já é o sétimo desde a data da criação do Futebol Clube do Porto/SAD a 30 de Julho de 1997. Com os juros elevados da Banca e a proibição das instâncias que dirigem o futebol de fazermos negociatas com Fundos de Investimento este tornou-se o nosso passatempo favorito. Não percebo o que anda por ali a fazer o Diretor Financeiro, já para não falar da passividade do Conselho Fiscal. A Administração terá pedido o seu parecer quando estourou, por exemplo, 6M€ num cepo como Depoitre? Agora lá vem a desculpa do costume “se querem uma equipa capaz temos que ficar endividados”.
 
Se o primeiro em 2003 se justificava pela necessidade de “financiar a atividade corrente” o segundo (2006/2009), embora não seja referido expressamente no Relatório e Contas já surgiu como necessidade de liquidar o anterior e assim sucessivamente até ao atual. 

A liquidação do EO 2014 em 30 de Junho de 2017 vai influenciar o resultado do exercício do ano que termina nesse dia. Claro que a “cozinha” se vai ressentir novamente quando chegarmos ao EO 2015/2018 a liquidar em 28 de Maio de 2018 que, por mal dos nossos pecados, se vai sobrepor ao pagamento dos juros semestrais deste EO 2017/2020, ou seja, um mau sinal para as contas anuais a 30 de Junho de 2018. Conhecem a história dos Calimeros que já nem dinheiro tem para pagar os juros? Nós vamos pelo mesmo caminho.

Não podemos esquecer que esta época, no 1º semestre (1 de Junho a 31 de Dezembro de 2016) já temos um rombo de cerca de 30M€. Oxalá este empréstimo sirva para contratar novo pessoal, o cozinheiro, a copeira, o lava-pratos e o novo chefe, o treinador, pois claro. Para que a “cozinha” ficasse mesmo desinfetada a excelentíssima gerência também fazia um brilharete se fosse dar uma voltinha ao bilhar grande. Assim Clube e SAD abrissem espaço para novas eleições. 
Não serve de desculpa sabermos que no clube da treta o problema é idêntico. Tem as costas bem guardadas pelas imensidão de focas amestradas que vomitam a cartilha em tudo quanto é pasquim escrito ou televisionado. Agora andam a oferecer jogadores excedentários aos clubes mais pequenos que depois não jogam contra eles mas jogam contra nós. Mesmo com 200M€ que dizem ir vender contraíram um Empréstimo de 60M€ precisamente o dobro do nosso “para obras na esplanada”, leia-se, empurrar o Passivo para a frente. Como eu comentava num artigo de Nuno Nunes haverá um dia em que isto rebenta!

Nos empregados de mesa só vejo interrogações. Vender os titulares indiscutíveis Marcano, Filipe, Danilo e Brahimi para fazer dinheiro? Ficar com os anões do meio-campo? E lá na frente que fazer de André Silva e Soares com uma bola que nunca lá chega “jogável”? E quantos vão sair do Trio Los Panchos? Um, dois, três diga lá outra vez!
Dos 30 emprestados que andam por aí aproveitam-se 2 ou 3? Os que sobem da equipa B serão jogadores para a equipa principal?  O novo "chefe de cozinha”será capaz de criar um futebol pr’á frentex, atraente, desinibido, eficaz? Os “pipocas” continuarão a assobiar sempre que algum jogador falhar um passe? 

Os mentores da vergonha que foi esta época (a cambada da FPF e da Liga) vão continuar a levar os clientes ao colinho? Permitirá a arbitragem igual? A gerência do nosso ”Hotel”, se não decidir ir embora como devia estará disposta a entrar em conflito direto com a cambada ou continuará a receber o principesco ordenado e chutar para canto? Na época 2017/2018 não podemos esquecer que só o primeiro classificado da LIGA terá entrada direta na Champions. O segundo disputará os playoff de acesso. Na Uefa League só o vencedor da Taça de Portugal tem entrada direta. O terceiro e quarto classificados na LIGA terão que disputar a terceira eliminatória. Sem dinheiro vamos ter mesmo um “pesadelo na cozinha”.

Até à próxima

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

The times They are a-changing

Recordo-me perfeitamente dos almoços no Restaurante Vitória ali na entrada da Praça Velasquez antes dos jogos nas Antas, uma bebida apressada no Café Estádio enquanto as senhoras ficavam no carro a fazer crochet e os maridos iam ver a bola. A miudagem dependurava-se: “ó meu senhor deixe-me entrar consigo!”. Então naquele dia “até vinha o Craveiro Lopes cortar a fita e tudo”…
Foi há tanto tempo que as cestas, suspensas por cabos, que transportavam o carvão de S. Pedro da Cova para a Estação de Contumil por cima do Monte Aventino, ainda sobrevoavam a cobertura da bancada central.
Os oportunistas afadigavam-se a impingir os últimos bilhetes: ” é só mais 5 escudos do que na agência…” A agência, do amigo Firmino, uma espécie de candonga autorizada, era na Rua Santa Catarina entre os Porfírios e o Palladium vendia bilhetes para os cinemas, teatro (sim ainda havia teatro), circo e futebol. Os mais comodistas evitavam estar na fila e pagavam mais uns escudos pela rapidez no atendimento.
 
Ultimamente o futebol tem dado uma grande volta. Agora é uma indústria o tempo do crochet acabou. Por exemplo o Real de Madrid acaba de anunciar uma remodelação no Santiago Bernabéu que custa 500 milhões de euros. Um valor quase maior do que o Passivo do Benfica. O raio do estádio parece o filho de um Burger King com uma Tupperware.
Os clubes tinham umas poucas centenas de sócios, o presidente convinha ser o dono de uma fábrica das redondezas a quem só se pedia que tivesse dinheiro para acudir a qualquer emergência (leia-se dívida). Arranjava-se um carola para treinador e uns tipos que tivessem jeitinho para o pontapé na bola a quem se pagavam umas centenas de escudos. Hoje não. Qualquer renatinho (suplente dos suplentes no Bayern) é transferido por milhões graças aos bons ofícios de um azeiteiro travestido de empresário que vende os rapazinhos aos milionários dos petrodólares.
Por cá muita graça teve a moda das SAD. Os clubes transmutaram-se em sociedades comerciais com estádios novos, pavilhões, museus e academias presumivelmente visando o lucro. As eleições são uma fantochada. Arranjam milhares de assinaturas para apresentar as listas, mas só 10% vão votar. Quem manda no clube é a SAD quando deveria ser o contrário. Em vez de um presidente e um chefe de secção tem Corpos Sociais, corpos mortos e mortos-vivos. Administrações que não administram onde só um é quem manda, um Diretor Financeiro que não gere as finanças, Conselhos Fiscais que não fiscalizam, Auditores que não auditam, e Revisores que não revisam. Juntam-lhe uma data de societárias batidas em castelo, barram-nas com um motivador profissional angariado pelo scouting e mostram-nos na TV do clube no programa de culinária. Vão ao forno coser lentamente. Quando estão muito tempo lá dentro ficam esturricadas.
 
No clube da treta o diretor de Comunicação reúne-se na Catedral da Cerveja com os comentadores do clube nas várias Televisões e dá-lhes instruções sobre o que devem dizer nos programas em que participam. Na foto podem ver-se de frente os dois paquidermes Pedro Guerra e João Gobern, e de costas, Calado.
Depois começa o calvário. Para arranjarem aquilo com que se compram os melões (leia-se jogadores) atravessam-se na Banca. Começam pela subscrição de Ações, seguem para o factoring, depois papel comercial, empréstimos obrigacionistas, etc. o que faz com que nas Contas do final da época paguem mais de juros do que recebem de quotas dos sócios. Os credores, o fisco, os agentes desportivos apertam, não há massa para todos, lá vem os PER os PARES e os REPARES, tudo medidas de recauchutagem de dívidas. Nas 3 SAD dos chamados grandes, se lhes juntarmos os clubes, tem mil milhões de euros de Passivo. E não há um só dos seus responsáveis (leia-se: presidente ou diretor Financeiro. Os outros são verbos de encher) que tenha a hombridade de se demitir. Os tempos mudaram mesmo.
 
Até à próxima

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Vamos lá falar dos Calimeros

Já se chamou Belas Football Club, depois Campo Grande Football Clube e mais tarde, recorrendo aos préstimos inestimáveis da Wikipedia, ficamos a saber que, apesar do nome, este grupo género 20 amigos dedicava-se especialmente a festas, bailes e piqueniques, o que gerou alguns conflitos com alguns membros que entendiam que a prática desportiva deveria ser a sua principal vocação. Em 13 de Abril de 1906, durante uma Assembleia Geral, as opiniões divergentes quanto ao objetivo da instituição levaram à saída de 5 membros.
Um deles, José Alvalade manifestou imediatamente a intenção de formar um novo clube recorrendo à ajuda financeira do seu avô, o Visconde de Alvalade, Dr. Alfredo Augusto das Neves Holtreman, que tutelou a criação do novo clube e disponibilizou os terrenos para o campo de jogos na sua própria quinta. Então chamou-se Campo Grande Sporting Clube até que finalmente adotou o nome de Sporting Clube de Portugal.

Será talvez pela designação da última palavra do parágrafo anterior que o atual presidente se acha no direito de dizer: “representamos Portugal “. Está no seu direito! A senhora que faz o favor de me tratar da limpeza do apartamento também mora numa freguesia, o Bonfim. Quando vai a Vigo comprar chocolates também pode dizer que “representa” Portugal.

Digamos que “isto” é uma necessidade de afirmação, que as pessoas tem para fazer crer aos amigos que são importantes. Acontece por exemplo quando os recém-casados chegam daquelas viagens de núpcias a prestações da Agência Abreu. Trazem sempre umas t-shirts para os colegas de emprego se roerem de inveja.
Ultimamente nas bocas do mundo pelas atoardas lançadas aos pasquins pelo presidente, a tal coletividade de uma das freguesias da capital, tinha até há pouco tempo o título de maior consumidor de croquetes por m2. Não havia evento, reunião, festa, congresso, apresentação, onde não aparecessem os croquetes, provavelmente servidos em baixela de prata pela afamada empresa de catering de José Eduardo.
Mas uma coisa é falarmos de lambarices, outra é recordarmos quantos títulos, afinal, recolheu o clube nos seus 108 anos, comparativamente com a concorrência. Ora vamos lá dar uma vista de olhos para o homenzinho não nos andar a comer as papas na cabeça:
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Pois! Uma coisa é mandarmos umas bocas para a plateia, outra é apresentarmos resultados daquilo que afirmamos. Claro que os pasquins, nomeadamente os da capital do reino, já gozam com o homem. Publicam tudo que ele diz como se tivesse muita importância. Isto, claro, desde que não mexa muito com “o clube da treta”.

Se formos ver as Contas da SAD nem é bom falar. O último RC apresentado há poucas semanas aponta para 442M€ de Passivo. Então as do clube são para todos os gostos o freguês pode escolher à vontade: Como não consideram os prejuízos das societárias da SAD como sendo da responsabilidade do clube, este anda pelos 200M€. Se os lançarem nas contas do clube como aconselha o parecer dos auditores o desastre é total considerando que os seus Proveitos não valem nada. Reduzem-se essencialmente às quotizações e ao valor da renda do estádio cobrada à Sad. Tudo somado não dá sequer para os Custos correntes.

Conforme a caixinha dos truques contabilísticos estiver fechada ou aberta o Passivo da Sad, este mês, vai levar mais um rombo. Aumenta 30M€ valor de um novo Empréstimo Obrigacionista que vai ser utilizado para resgatar o anterior EO 2011/2014 que se vence em Novembro. O banana que é uma pessoa evoluída, vai a conferências em Inglaterra e até fala “estrangeiro” chama a este truque “revolving”. Para mim é empurrar com a barriga para a frente. Troca dívida por Passivo Financeiro não corrente. Chega-se então à conclusão que o rating da tal agremiação que representa Portugal, deve ser bem igual ao do País. Lixo!

Até à próxima

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Batalha Naval à Vista

Nunca a palavra “fundo” foi tão bem aplicada. As duas frotas da Segunda Circular começaram irmanadas na sua luta pelo segundo lugar, afinal o último que este ano dá direito a entrar na Champions. Mas não é que quando tudo lhes parecia correr lindamente, o Almirante encarnado voltava a tentar enganar os que ainda acreditam nele, e o Contra-almirante esverdeado afirmava o seu conceito de “verdade desportiva”, foram ao charco ao mesmo tempo? Dois submarinos foram atingidos nas vésperas do início da Liga e dificilmente voltarão para cima
Tudo começou quando o Banco de Portugal acertou o primeiro tiro no BES acionista da SAD, o segundo no Clube, e o terceiro com estrondo nas ventas de Domingos Soares de Oliveira, o gajeiro de serviço. Acabou-se a mama que os sustenta há 12 anos desde que Vale e Azevedo foi ao fundo, Vilarinho veio à tona e Vieira passou a comandar o barco.
 
O outro fundo, o verdadeiro, o tal Fundo das Estrelas (Star’s Fund) que tem avançado com a maçaroca para aquela armada em 10 anos comprar cerca de 300 jogadores e pagar 200 milhões de euros de juros (Vieira dixit), vai encerrar para balanço. Durante 5 anos adiantou dinheiro ao senhor Vieira penhorando dezenas de atletas. Pelo Regulamento do Fundo que pertence à ESAF uma societária do BES e não à SAD do Benfica como diz o aldrabão no DIA SEGUINTE fica claro que os vai devolver à procedência e receber a massa de volta. A “instituição” se os quiser reaver terá que pagar os valores que lhe foram adiantados (em Contabilidade chama-se Proveitos Diferidos). É uma espécie de empréstimo como fazia o Joaquim Oliveira quando lhes avançava dinheiro para comprarem a cal de marcar o campo. A aldrabice da venda de Garay deve ter precipitado o processo de encerramento. Note-se que a extinção do fundo não implica que não possa ser criado outro. Sem o BES, já se vê. Não falta por aí quem queira investir e a salvação do clube da treta é um desígnio nacional.
Mas parece que arranjaram um novo otário. Lembram-se quando eles foram às Arábias no ano passado tentar vender o naming do estádio? Naquela altura falhou. Este ano conseguiram uns dinheiritos para inserir publicidade aos Emirates nas camisolas, e lá apareceu feliz e risonho Domingos Soares Oliveira um dos responsáveis pelo afundanço da “instituição”.
 
No estaleiro do outro lado da Circular, a esquadra do banana, não consegue sequer sair do cais. Quatro dos navegadores ficaram sem a carta de marinheiro e estão debaixo de processos disciplinares. Rojo, Slimani, Shikabala e Ruben Semedo! São os submarinos da nossa Batalha Naval. É muito difícil acertar-lhes. Além destes, Eric Dier mandou-os passear, e há problemas com Cédric, William Carvalho e Jefferson. As negociações para a renovação do contrato estão suspensas. Para um senhor que caiu de paraquedas num clube falido que só não fechou as portas no ano passado porque José Maria Ricciardi e o BES lhe perdoaram metade dos juros e esticaram o pagamento das dívidas até às calendas Gregas deve fazer-lhe muita confusão os jogadores quererem ganhar mais dinheiro.
 
A batalha por Rojo tem sido engraçada. Os tiros disparados pela Doyen assobiam por cima do banana que como não tem argumentos nem faz a mínima ideia de como gerir um clube, quanto mais uma SAD, diz que vai tudo para os tribunais, imitando o fogo-de-artifício da cavacada/coelhada. Enquanto o pau vai-e-vem, folgam as costas!
Reparem só! O banana nem sabe como estes fundos funcionam. Primeiro: não respondeu dentro dos prazos legais a uma proposta da Doyen. Segundo: pretende rescindir um contrato unilateralmente. Terceiro: nem sequer se lembra que não entrou com um cêntimo para a compra do atleta. Quem avançou com a entrada de 1 milhão de euros e os 75% do valor da transação foi a Doyen. Caso o jogador fosse vendido (seja por 20 ou 30 milhões), a frota de bacalhoeiros dos calimeros não receberia nada. 75% seria para a Doyen e 25% para o Spartak.
 
Além disso, e pouca a gente conhece este pormenor, a Doyen Sports ainda lhes emprestou dinheiro para resolver problemas de tesouraria. Subitamente o banana passou por cima do contrato com a Doyen (rescindiu alegando justa causa) e negociou diretamente com o Manchester. Vamos ter assunto para muito tempo.
 
Até à próxima

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Obrigações, o Banco Mau, e a Formação

Com esta trapalhada que aconteceu no BES alguns habituais leitores destas crónicas colocaram-me a questão sobre o que poderá acontecer com o Empréstimo Obrigacionista 2013/2016 do clube da treta cujas Obrigações se vencem em 29 de Abril de 2016.

A resposta é simples. Em princípio não acontecerá nada. O valor das Obrigações que tiverem sido adquiridas pelos Investidores, acrescido dos respetivos juros, aparecerá nas suas contas bancárias nesse dia. Compreende-se a preocupação dos tomadores das Obrigações, mas podem estar descansados. Habitual fornecedor de dinheiro fresco à “instituição” este Banco juntamente com mais meia dúzia só funcionaram enquanto “balcões de atendimento”. Não é este sindicato bancário que vai “devolver” o valor investido na data prevista para o seu resgate. Esse cumprimento é devido apenas ao Sport Lisboa e Benfica, Sad, entidade promotora da oferta.
O que pode afetar a SAD da “instituição” é ter necessidade de lançar um novo empréstimo, em papel comercial ou outro, para cobrir o que se vence, como faz habitualmente nas vésperas dos vencimentos dos sucessivos Empréstimos. É sempre assim há 10 anos, tantos quantos o senhor Vieira levou a multiplicar o Passivo por cinco. Como não poderá recorrer ao BES MAU terá que ir cravar a outro lado. No BES BOM também pode tirar o cavalinho da chuva que essa teta já secou. Por isso a pressa em despachar ao desbarato os jogadores mais valiosos do plantel, a que não será estranha a “visita” há pouco tempo de um representante da UEFA. É que cinco anos de prejuízos consecutivos, são muitos prejuízos e vem aí o Fairplay Financeiro.

Vieira não parece muito preocupado. Afinal aposta mais em fazer as coisas pelo outro lado. Já na época passada resultou apoiar Fernando Gomes para a FPF visto que trouxe dependurado o Vítor Pereira mais os seus cãezinhos amestrados. Desta vez começou mais cedo ao nomearem o sócio benfiquista Duarte Gomes, para a final da Taça onde joga o seu clube. Pois claro!

Quanto às vendas em saldo, desta vez parece que vai tudo a eito. Guarda-redes, defesas, médios e avançados, bons, maus, e assim-assim, pérolas da formação incluídos, casos de Bernardo Silva, João Cancelo, Ivan Cavaleiro todos endeusados nas páginas na BOLHA o órgão oficial há vários anos do clube da treta. O defesa-esquerdo continua congelado. O catedrático em 4 anos ainda não conseguiu arranjar um caceteiro como Maxi ou Coentrão.
Enquanto uns vendem… outros compram. Cá por cima também não estamos imunes às falhas de Tesouraria, pese embora a importação massiva de Espanhóis. Contudo algumas saídas que se anunciam em surdina deixam-me estupefato. O nosso clube (leia-se SAD) às vezes parece adormecido. Gostava que me respondessem a duas perguntas muito concretas. Primeira: Para que raio serve a formação? Bem sabemos que formar umas dezenas de jogadores e conseguir aproveitar 1 ou 2 não é exatamente a mesma coisa que trabalhar numa fábrica de enchidos. Mas com mil diabos, nem sequer aproveitamos 1 deles ano-após-ano? Segunda: Como está o protocolo com o Porto Canal? Vai para a frente, acaba, fica na mesma, ou assumimos a efetiva direção do Canal? Como está nem é carne nem peixe.

Até à próxima

sábado, 31 de maio de 2014

Análise de Contas

Face ao descalabro que as Contas da nossa SAD tem apresentado, alguns leitores deste blogue solicitam-me informações sobre a melhor forma de as analisar. Como já tenho dito noutros lados não é muito diferente do que “ver” as contas de um qualquer negócio. Numa sociedade desportiva o raciocínio terá que ser o mesmo. Partindo do princípio que temos um orçamento (previsão de receitas e despesas) a regra de ouro será: não gastar mais do que se recebe.
O nosso objeto é a “venda” de espetáculos de futebol, para o que temos que procurar os mais capazes. Não estamos a falar em compras e vendas de “mercadoria” estamos a falar de pessoas (atletas, equipas técnicas, gestores). Precisamos de trabalhar com os melhores. Naturalmente que para isso temos que analisar a nossa atividade dos últimos anos para, no tal “orçamento”, sabermos com que verbas poderemos contar. Onde temos essa informação?
 
Primeiro que tudo no Balanço que descreve o estado financeiro da sociedade no momento. Ficamos a saber quais os nossos Ativos (bens e direitos) os nossos Passivos (dívidas e obrigações) e o Capital Próprio (o saldo entre ambos). Ajuda-nos a responder a algumas questões como:
 
- Qual o valor dos equipamentos da sociedade, edifícios, existências etc.
 
- De quanto dinheiro dispõe a sociedade à data do balanço, e quanto valem os atletas.
 
- Quanto devem à sociedade as empresas (clientes) e quanto deve a sociedade a médio ou longo prazo (a fornecedores, banca, fundos, etc.)
 
- Se está muito ou pouco endividada e como se tem financiado; se manteve ou não e quanto vale o seu património.
 
- Outra fonte de informação financeira determinante é a Demonstração de Resultados que, basicamente é um resumo dos Proveitos e Custos, durante cada trimestre ou 1 ano.
A última fonte de informação financeira da sociedade que reputo de muito importante é a resultante da Demonstração dos Fluxos de Caixa durante o mesmo período da Demonstração de Resultados. Aí podemos testar se a sociedade é capaz de gerar cash-flow (dinheiro vivo) ou se, pelo contrário, é capaz de ter Lucros, mas não é capaz de gerar “dinheiro” seja porque tem dificuldades em receber dos clientes ou porque está demasiado endividada e tem que pagar o “serviço da dívida”, ou ainda porque está a financiar o arranque de novos projetos.
 
Esta análise permite avaliar se a sociedade foi capaz de gerar lucros; quais foram as suas fontes e o valor dos Proveitos; e qual o valor e a natureza dos seus Custos. Mais do que esta análise, quanto a mim, é muito importante verificar “o comparativo” de anos anteriores para aferir se
 
1 - A sociedade tem crescido, tem conseguido controlar os Custos e logo aumentar os Lucros
 
2 - Não consegue e tem que recorrer a mecanismos externos como são os recursos a Fundos ou Empréstimos Obrigacionistas que nos levam “couro-e-cabelo”.
 
As Contas da SAD estão disponíveis quer no portal do clube, quer na CMVM, mas gostava de dizer que para uma análise correta da performance da sociedade deve comparar-se com o setor em que está inserida; se o desempenho é melhor ou pior do que a média do setor; e sobretudo fazer a análise comparativa com os 4 ou 5 anos anteriores. Infelizmente para a nossa SAD a tendência é negativa.
 
Até à próxima