quinta-feira, 31 de maio de 2012

Por falar em burros...

Numa semana que ficou marcada por um gesto digno de um símio por parte do treinador Carlos Lisboa, aquando do final do jogo no Dragão Caixa, e que gerou depois uma resposta violenta das bancadas, eis que se seguiram uma troca de comunicados entre os dois grandes clubes de Portugal, um foi lido por um indivíduo que há muito sabemos não ter capacidade intelectual para se expressar sem ser por palavras de outros, e da parte do F. C. Porto não foi necessário um leitor, o comunicado ficou à vista de todos.

Passando por cima dessa polémica a palavra que mais se repete em ambos os comunicados é a palavra “burro”. Nada mal. Após termos visto um treinador do Benfica ter um comportamento ao nível de um macaco, e demonstrando ser também um animal pouco racional quando diante de todos ainda teve a coragem de negar o que fez… eis que aparece a referência a outro animal… O burro. E não é que do outro lado do atlântico, alguém ouviu burro repetido muitas vezes e sentiu a necessidade de colocar as orelhas de fora e dizer presente?

Nada mais nada menos que esse senhor que andou 6 anos a gozar com a cara dos portugueses e a enganar meio mundo de que era treinador de top só porque ganhou um campeonato do Mundo com o Brasil no Mundial da Coreia do Sul. O burro tem nome. Chama-se Luís Filipe Scolari, e é o original sargentão que serviu de inspiração para o actual selecionador que é o sargentinho. Os tiques de autoritarismo barato e de cobardia e falta de nível disfarçadas com uma ideia de frontalidade, estão todas lá. P. Bento não tem pronúncia do Brasil, não diz que pimbolim é matraquilho e não é capaz de mobilizar massas como Scolari. Por outro lado, sabe um bocadinho mais de futebol, mas também a tarefa não seria difícil.

O que ganhou Scolari na sua carreira? Uma vitória no Mundial da Coreia do Sul, mesmo que repetida mil vezes até à exaustão não se multiplica. Um Mundial da Coreia ganho com uma selecção com jogadores tão fracos como: Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo, Juninho, Roberto Carlos, Cafu e companhia. Para os que concordam que o Porto foi campeão até com o Vítor Pereira, poderemos dizer que aquela selecção brasileira com todo aquele talento, até com o Scolari conseguiu ganhar. Principalmente porque ser selecionador não é o mesmo que ser treinador. Pode-se ter sucesso como selecionador sendo um treinador medíocre como é o caso de Scolari. Basta ter um grupo de jogadores muito superior tecnicamente, ter um bom ambiente, e depois deixar que o talento resolva os jogos esperando que nenhuma questão táctica complicada se coloque no decorrer dos jogos, porque nesse caso já se sabe que do banco não poderá vir grande coisa.

Tirando esse título pelo Brasil num Mundial marcado por favorecimentos claros à equipa brasileira e à selecção da Coreia do Sul, e um Mundial em que selecções fortes como Itália e Espanha foram deixadas pelo caminho devido a arbitragens para lá de tendenciosas. O Brasil pôde assim, passar incólume, sendo ajudado em jogos contra potências mundiais como Túrquia e Bélgica e assim disputar uma final com a Alemanha mais fraca de sempre a chegar a uma final de uma grande competição. Uma Alemanha que ninguém acreditava e que foi vaiada na própria Alemanha antes de partirem para a Coreia. Uma Alemanha que tinha uma geração tão forte tão forte, que dois anos antes tinha ficado pelo caminho no Euro 2000, despachados com 3 secos da equipa B de Portugal e a Alemanha que dois anos depois da final do Mundial da Coreia também ficaria pelo caminho na fase de grupos do Euro 2004 em Portugal.

Esta é a grande glória da carreira de Scolari. Ele perguntava se o burro era ele. Pinto da Costa uma vez disse que ele era mas é muito esperto, o que não queria dizer que isso fosse sinónimo de bom treinador. E é um facto. Scolari aproveitou bem essa vitória, deu o fora e veio para este pequeno paraíso de brandos costumes à beira mar plantado. Deixaram-no insultar jornalistas, difamar personalidades do país, agredir jogadores…

Foi um festim. Ele nesta triste entrevista que dá ao jornalista Helder Conduto (que bom saber que a rtp gastou dinheiro em viagens para o Brasil para entrevistar este senhor, é para isto que serve mesmo o erário público), o Filipão diz que o que sente mais falta de Portugal é de Cascais e do peixinho e do passeio… Pudera, foi o que ele fez durante anos. Falamos de um selecionador que ele próprio admitiu que apenas passava uma ou duas horas por dia pela FPF. Que de resto ia levar os miúdos à escola, ía passear, comer o seu peixinho nas calmas, correr no calçadão. Basicamente era pago a peso de ouro para passar férias. Depois como justificação para não ir observar jogos da Liga Portuguesa era o facto de poder ver na tv… Então acho que me posso candidatar também para selecionador nacional.

Na triste entrevista que Scolari dá, ele consegue estar ao seu nível que sempre nos habituou. Muito baixo, rasteirinho mesmo, dissimulador, mentiroso, aldrabão e muito pouco dado à autocrítica e vendendo-se como um herói nacional. Afinal ele até no final da entrevista diz que o “retrospecto” com a Alemanha não é bom mas que com a Holanda sim… Não é bom com o Sargentão. Eu sei que ele, tal como muitos outros, acham que Portugal só existiu após a chegada do Filipão… Acontece que em 2000 com um selecionador bem mais barato e que também não era propriamente um grande treinador, conseguimos ganhar mais jogos, marcar mais golos e sofrer menos. Caímos perante a melhor França de todos os tempos mas fizemos uma campanha como se calhar só se viu em 66. Um futebol empolgante com grandes vitórias contra potências como Inglaterra e Alemanha. Scolari a recordação que tem da Alemanha é a de 2008 com o seu minino Ricardo a fechar os olhos e a deixar-nos fora do Euro.

Scolari é o mestre da mentira e da forma como cria uma realidade alternativa, um mundo imaginário e com aquele ar de sobranceria para com os portugueses. Afinal até foi ele que teve a ideia das bandeiras na janela… Marcelo Rebelo de Sousa semanas antes no jornal nacional nem se tinha lembrado disso nem nada… Nem no Brasil isso se faz todos os anos em que há Mundial. Não, esqueçam isso. Foi Scolari que inventou. Passa a ser essa a verdade.

Scolari que até foi ele que apostou no CR7 quando nem titular era do Sporting… Afinal se não fosse Scolari o CR7 nem era ninguém no futebol… Apostou tanto nele que CR7 até começou o Euro 2004 no banco lado a lado com jogadores como: Deco, Ricardo Carvalho, Nuno Valente etc, tudo para ver jogar Simão Sabrosa… Só ao 3º jogo do Euro 2004 é que Scolari dá definitivamente a titularidade a CR7 depois dele ter partido tudo nos dois jogos anteriores. Mas claro, a verdade de Scolari é que ele sim é o paizão do CR7… Ele no Euro 2004 até já jogava no Manchester United, mas obviamente que foi Scolari que o descobriu.

O mesmo Scolari que na entrevista também reclama para si o mérito de ter visto qualidades no “minino” Rui Patrício quando o levou como 3º guarda redes para o Euro 2008 e que isso foi bom para ele ganhar a experiência que tem hoje e que foi óptimo para a carreira dele… Pena é que não tenha falado doutra grande aposta de sua… Bruno Vale, então 3º guarda redes do Porto. Que é feito dele senhor Scolari? Depois de lhe ter queimado a carreira perdeu-lhe o rasto?

O mesmo Scolari que bate no peito para dizer que o ambiente com ele na selecção era espectacular e que nunca houve um mínimo atrito ou problema (em oposição ao seu inimigo Queiroz…). Devia dizer isso ao Maniche. Sabe quem é o Maniche, Filipão ? É aquele carinha que jogava pra caramba no Porto mas o sinhorr fazia questão de não o convocar e o deixar sempre na dúvida até à última hora para logo depois ele acabar titular e sendo um dos melhores jogadores de Portugal… Porquê? Porque ele jogava no Porto, lá longe como o sinhorrr disse um dia para justificar o facto de nunca ir ao Dragão observar os jogos do então bicampeão nacional e europeu. Curiosamente o conceito de distância do senhor Scolari é relativo. É como o conceito de verdade… É que ele jogos do Porto não via, mas para gastar dinheiro da FPF para se passear por Milão ou Madrid para ver os jogos de Rui Costa e Figo, aí já não havia distância… Tudo ficava perto. Pois bem senhor Scolari. Maniche ainda há bem pouco tempo disse com as letras todas que a sua selecção era o grupo de amigos do Scolari e como ele não fazia parte do grupo tinha que sofrer até à última enquanto outros nem precisavam de jogar para serem convocados.

O Figo pôde com a conivência de Scolari abondonar a selecção durante a qualificação do Mundial para se concentrar apenas no clube… Mas obviamente que depois quis ir ao Mundial e Scolari escancarou-lhe as portas. Grande Sargentão! O mesmo Figo que se recusou (como o próprio Scolari uma vez admitiu) a fazer um teste psicológico que Scolari obrigou todos os jogadores a fazer quando chegou a Portugal.

Ele afirma que a relação era espectacular? Pois então que explique lá como foi a ida do Deco à selecção. Figo e Rui Costa publicamente afirmaram-se contra a convocação de Deco tal como outros líderes do grupo como F. Couto e S. Conceição. Quem pagou a fava? Figo que até foi o mais contundente na crítica? Claro que não, acabou por ser S. Conceição. É mais fácil ser-se sargentão assim. Mas quer mais casos? Eu refresco-lhe a memória. O mesmo Luís Figo. O tal jogador que considera o melhor que já treinou… O sargentão, que deixava de fora Baía, Conceição e que se fazia todo de duro, era mole mole mole para com Figo… Scolari, o tal que diz que não cedia a pressões de lado algum… Ora Luis Figo em pleno euro 2004 com Portugal a perder frente à Inglaterra vê a placa com o seu número para sair, e sai a passo e como bom capitão que era nem fica no banco a apoiar os companheiros… Vai directamente para o balneário e é assobiado pelos adeptos presentes no estádio pela sua atitude egoísta… O que fez Scolari? No final do jogo disse que Figo estava no balneário agarrado a uma figura de Nossa Senhora de Fátima a rezar… Palavras para quê? É uma verdade à la Scolari. Quem quis acreditar acreditou, e mais uma vez fez os portugueses de parvos, o seu “exporte” favorito…

Mas este chorrilho de mentiras e parvoíces já esperávamos vindos do mesmo senhor que perante todo o país agrediu um jogador e qual Carlos Lisboa, depois veio dizer que não fez nada… Scolari não teve pudor nenhum em mentir a todo o país que via as imagens. Afinal ele só estava defendendo o “minino”… O Quaresma que nas imagens todos vêm que nem está metido na confusão… Passados estes anos todos, Scolari reafirma que não fez nada demais, e que foi tudo totalmente normal e que só estava defendendo o “minino”… Aliás, vais mais longe. Considera que foi alvo de discriminação. Essa é abusar da sorte… Nunca um selecionador nacional teve uma imprensa tão passiva e tantas condições. Deixavam-no insultar à vontade sem consequências, e até o defenderam quando agrediu um jogador dando uma péssima imagem para todo o Mundo. É outra verdade “ a la scolari”.

Posto isto que novidade nos traz o Sargentão, para além de querer gozar com os portugueses outra vez? Vitor Baía. Como já ninguém tinha paciência para o ouvir - em termos mediáticos ele está a descer a pique tal como a qualidade competitiva do seu actual clube, o Palmeiras que até já decidiu prescindir dos seus serviços mal termine o contrato -, ele tinha então que trazer algo novo. Nada melhor que a maior burrice da história do futebol português contada na versão do burro. A verdade de burro. Uma verdade aparte portanto. Mas até a verdade scolariana começa a ter novas nuances. Ainda dizem que burro velho não aprende línguas… Aprende sim senhor, até aprendeu inglês o suficiente para ser corrido do Chelsea com um bom cheque. Agora inventa um motivo novo para não ter convocado a Baía a cada entrevista que dá.

Acho genial a coragem deste indivíduo… Vem falar do assunto cerca de 8 anos depois. Isto é que é coragem. Na época dizia que não convocava Baía porque confiava em Ricardo (esse guarda redes glorioso que fica na história por defender sem luvas mas também de olhos fechados). Após uns anos, afinal já não convocara Baía porque Madaíl tinha pedido para não o convocar. Ora Madaíl não só o desmentiu como até afirmou que Baía era dos jogadores que mais admirava no futebol e que nunca compreendeu a decisão de Scolari em não o convocar. Após isso, Scolari deixa passar uns tempos e agora aponta baterias para… Pinto da Costa. Ele é burro no essencial para um treinador que é saber de futebol, mas noutras coisas é catedrático na mesma faculdade de Jorge Jesus.

O que vende? O que chama a atenção e lhe pode abrir portas que parecem mais que fechadas no mercado português? A velha estratégia de sempre e que ele utilizou para unir o país em 2004, atacar o Porto e Pinto da Costa ainda que depois fosse à conta do Porto que tenha conseguido chegar aonde chegou na selecção… Agora já não é Madaíl que não queria Baía. Era o próprio Pinto da Costa… A afirmação é tão absurda e a explicação é tão estranha que o próprio Scolari se atrapalhou todo na hora de se explicar. Ele viu o Belenenses - Porto e nesse jogo o Nuno Espírito Santo foi titular. Falou com dirigentes do Porto e eles informaram-lhe que o Baía estava em conflito com a estrutura técnica e por isso não estava a ser opção… O que faz Scolari? Não o convoca durante 8 anos. Baía esteve fora da equipa do Porto cerca de 2 meses, Scolari achou por bem deixa-lo à conta disso fora da selecção por 8 anos… Parece-me razoável. Totalmente proporcional e lógico. Sem dúvida. É caso para se dizer “E o burro sou eu?”.

Mas como aquela explicação parecia muito estúpida e sabia a pouco ele completou… Com o quê? Com mais uma prova de cobardia e falta de carácter que sempre o caractertizaram. Tinha gente na Federação que trabalhavam junto dele que lhe contaram histórias de “vestiário” e que ele por isso não o convocou… Gente essa que obviamente não tinha nome… Mas esperem lá… Este não é aquele mesmo sargentão que diz que é avesso a que se metam no seu trabalho? O mesmo que disse que resistiu estoicamente a todo o tipo de pressões, nomeadamente as do presidente do Porto? Então esse mesmo resistente, dá crédito a histórias do diz que disse sem sequer conhecer pessoalmente Vítor Baía ou o convocar uma vez sequer para o poder avaliar pela sua própria cabeça? Para quem afirma que não cedia a pressões…

Depois deixa a mais engraçada para o fim. Afinal Pinto da Costa tinha poder na selecção portuguesa porque falava de jogadores com gente da Federação, coisa que todos os dirigentes fazem. Mas então, algo me escapa… Como é que ele tinha poder e queria ter jogadores na selecção, mas depois queria deixar de fora o Baía…?

Vejamos o enorme peso de Pinto da Costa na selecção… Só assim de memória lembro-me que no Euro-96 o selecionador era António Oliveira que até é conotado com o Porto e o que aconteceu nesse Europeu…? A pressão para que jogassem jogadores do Porto era tão grande tão grande, que Oliveira até teve a brilhante ideia de deixar no banco o melhor marcador do campeonato, Domingos Paciência, jogador do Porto, para dar a titularidade a Sá Pinto que nem tinha metade dos golos marcados de Domingos… Essa pressão devia ser muito fraquita. A pressão nesse Euro era tão asfixiante que o Porto tinha como titulares Baía e Paulinho Santos apenas, e porque não haviam grandes laterais. Tantos titulares quanto o Benfica e o Sporting. Benfica com Helder e Dimas e Sporting com Oceano e Sá Pinto. E em 2000? Pressão insuportável mesmo. O Porto mantinha Baía como titular e Jorge Costa que “só” faz provavelmente a melhor dupla do Europeu com F. Couto. O Sporting tinha um titular nessa selecção. Esse craque do futebol mundial que era Vidigal. O Benfica só não tinha os mesmos dois porque não queria. É que Nuno Gomes jogava com João Pinto no ataque… Acontece que Vale e Azevedo teve a brilhante ideia de o dispensar antes do Europeu e ele foi ao Euro como jogador livre, mas foi convocado pela época que fez no Benfica.

Que grande poder tinha Pinto da Costa, realmente… Não deixa de ser engraçado… Scolari diz que fechou a porta às pressões mas curiosamente foi com ele que o Porto mais jogadores teve a titular da selecção desde que me lembro de ver futebol. E bem. Porque tratava-se da equipa campeã da Europa de clubes. Burrice e teimosia foi termos desperdiçado 2 anos de trabalho sem essa equipa, porque o sargentão queria provar que poderia ganhar algo sem os jogadores do Porto e porque não queria ouvir a boca de que só ganhava graças ao Porto de Mourinho… Mas a força dele só durou 90 minutos…Bastou sentir o lugar em perigo que logo mandou a equipa do Porto a jogo e só parou na final, porque aí era preciso um treinador e um guarda redes. Mourinho não estava, Baía podia estar, mas um burro qualquer decidiu deixá-lo de fora.

Depois sugou essa geração até ao tutano, deixando o barco sem proceder a qualquer tipo de renovação e deixando a vaca fria para o Queiroz. Na final do Euro 2004 pudemos ver o grande Ricardo a demonstrar toda a sua classe e Scolari a sua sagacidade táctica ao conseguir o enorme feito de num Europeu disputado em casa perder dois jogos para a Grécia e sem nunca aprender nada com essas derrotas. Aliás, foi bonito ver como com o Euro em risco Scolari decide arriscar tudo na final com a Grécia, tirando a 15 minutos do fim Pauleta para fazer entrar Nuno Gomes… Absolutamente brilhante.

Li um comentário curioso acerca desta declaração de Scolari que foi o seguinte “O que Scolari disse só pode ser mentira. Se Pinto da Costa escolhesse os jogadores da selecção já tínhamos sido campeões do Mundo.” Não deixa de ser uma graçola mas que acaba por ter alguma razão. Com o toque de midas que Pinto da Costa tem e com o seu historial vitorioso, seguramente que se ele estivesse à frente dos destinos da selecção já teríamos ganho algo de relevante e não teríamos perdido uma final em casa para a Grécia e ficado todos contentes. Scolari até nisso foi burro. Teve a equipa campeã da Europa de Mourinho nas mãos, a jogar em casa, e ainda com o acrescento da geração de ouro e conseguiu jogar menos, perder mais jogos e com mais estrondo do que Portugal em 2000 que não tinha a espinha dorsal da equipa campeã da Europa. Também não tinha grande treinador, mas tinha um que pelo menos não se armava em sargentão…

Já que está na moda o diz que disse, e as pressões para cá e para lá. Scolari poderia ter aproveitado para contar o porquê de convocar jogadores sem clube, que nem sequer tinham ritmo competitivo como foi o caso do Costinha… Podia explicar o porquê de num jogo ter convocado Hugo Viana que estava sem clube e que no final explicou que o tinha colocado a jogar para ver se o ajudava a arranjar clube porque estavam olheiros a ver… Afinal Scolari para além de selecionador era também empresário? Cobrou comissão pela transferência posterior? Obviamente que não poderemos dar credibilidade nenhuma a este indivíduo que de uma forma absolutamente repugnante gozou com os portugueses, insultou jornalistas e fez uma cruzada contra o melhor clube português.

De criticar também o timing da entrevista e o seu riso para comentar o afastamento de R. Carvalho e a crítica que faz a um profissional que segurou a defesa de Portugal enquanto ele lá esteve. O central que o safou variadíssimas vezes. Um jogador com um percurso imaculado ao serviço da selecção tirando esse triste episódio. Provavelmente o melhor central português da história a ser, uma vez mais, enxovalhado por quem o deveria respeitar e muito. Absolutamente asquerosa a atitude de Scolari, talvez para defender o seu novo minino… O Sargentinho…

Outra verdade a la Scolari… Jogadores decidiram deixar a selecção apenas com Queiroz… A sério senhor Scolari? E então Rui Costa que abdica de representar a selecção e o anuncia nas vésperas da final do euro 2004? Quem era o selecionador dessa época…? E Tiago que renunciou com P. Bento? Não conta? São as tais verdades “a la Scolari”. Verdades de burro.

As motivações são claras… Na dita entrevista ele dizia que um filho era do Benfica e outro do Sporting… Curioso… E Scolari? Diz que não tem preferência… É pena, para o ramalhete ser completo podia dizer que era do Belenenses.

Scolari ostracizou não apenas o clube, mas a própria cidade. Na reportagem levada a cabo pela rtp voltaram a relembrar esse triste episódio em que Scolari numa conferência de imprensa quando perguntado por Baía responde mais ou menos assim “você já sabe que não vou responder a essa pergunta, vocês lá do Porto são assim, vão dar voltas e mais voltas e já sei o que vocês querem mas eu não vou responder“ a que o jornalista lhe responde “Eu sou de Lisboa, pode responder à pergunta?” A que Scolari returque “É de Lisboa? Graças a Deus…” Palavras para quê? Como confiar num homem sem carácter, mentiroso e que ganhou uma fortuna trabalhando pouco ou nada, e que fez os portugueses de parvos? Agora ainda vem dar palpites sobre a crise… O mesmo que andava a receber fortunas de um banco do Estado para fazer publicidade… Se ele quiser devolver metade, já é um bom avanço para ajudar o país.

Scolari está desesperado para voltar para Portugal. O seu objectivo ao regressar ao Brasil era fazer dois anos no Palmeiras para depois assumir a selecção brasileira após os Jogos Olímpicos e acabar a carreira como selecionador do Brasil. Acontece que ele – como se diz por terras de Vera Cruz - se deu mal. Os brasileiros tinham a imagem que ele vendera em 2002 e que depois difundiu durante a sua estadia em Portugal, de que era dos melhores treinadores da história do Brasil e que ele praticamente inventara o futebol em Portugal. Acontece que voltando a um futebol brasileiro que tem treinadores de outra qualidade que não existia na década de 90 quando ele saíu, ele deparou-se com o fracasso no Palmeiras. O crédito que ele tinha perdeu-se. E no Brasil ele não pode insultar, difamar e aldrabar a seu bel prazer como em Portugal. Os jornalistas por lá não acham grande piada se aparece um sargentão a insultá-los. Eles não fazem o papel de bobos - para utilizar outra expressão brasileira. A crítica tem sido feroz e a própria torcida do Palmeiras já não o pode ver nem pintado. O mito do grande treinador desvaneceu-se assim que ele teve que fazer algo que deveria saber fazer… ser treinador. Provou que sabe pouco. Por isso as portas da selecção estão fechadas para ele e mais depressa assumirá Muricy Ramalho, actual técnico do Santos, o cargo de selecionador no caso de Mano Menezes ser despedido.

Dado a esta alteração de planos, nada como agitar a bandeira do lado de lá do Atlântico para ver se alguém se lembra dele. Para reforçar a sua vontade ele volta a atacar o Porto, Baía, Pinto da Costa para piscar o olho a benfiquistas e sportinguistas, seja para um lugar nos seus clubes seja para um regresso à selecção para comer um bom peixinho e poder estar descansadinho em Cascais. Pena é que a RTP decida gastar dinheiros públicos para ir fazer uma entrevista ao Brasil para ajudar este senhor a promover-se e a, uma vez mais, tentar fazer-nos todos de parvos. Mas neste caso, apesar de ele ter colocado as orelhas de fora, não temos que o aturar. Já tivemos a nossa dose. Á segunda só é burro quem quer… Os que querem acreditar nas verdades Scolarianas não são burros, são cegos e pior cego não é o que não quer ver, é o que não quer ver e ainda por cima é burro…

quarta-feira, 30 de maio de 2012

25 anos no topo do Mundo

No passado dia 27 de Maio, celebraram-se 25 anos sobre a inolvidável vitória do nosso Clube sobre o Bayern Munich que nos viria a dar o primeiro título Europeu.

João Nuno Coelho, sociólogo e portista desde sempre, celebrou a efeméride com o lançamento dum livro publicado pela Editora Afrontamento, através da recolha de crónicas e textos de 34 pessoas, ligadas de qualquer forma ao Futebol Clube do Porto.

Jornalistas, ensaístas, e sociólogos quiseram recordar para a posteridade, aquele dia de glória que, muitos julgavam impossível. A cerimónia teve lugar no Café Guarany, cedido graciosamente, foi pequeno para acolher cerca de duzentas pessoas que nos habituámos a ver nas televisões, nos jornais, e também, pelo Estádio do Dragão.

Convidado para a apresentação da obra, o nosso amigo Professor Hernâni Gonçalves, com a sua habitual facilidade oratória, entremeada aqui e ali pelos habituais “bitaites”, abriu a sessão elogiando a Editora, o coordenador do livro, e os 34 autores das crónicas seleccionadas, referindo um-a-um os seus nomes. Seguidamente, o coordenador do livro, Dr. João Nuno Coelho, convidou os autores que estavam presentes a proferir algumas palavras, subordinadas ao mote: “onde é que você estava no dia 27 de Maio de 1987?”, enquanto nos plasmas da sala passavam as imagens do resumo do jogo.

Para finalizar a sessão, o autor, depois dos agradecimentos da praxe, apresentou a surpresa do dia. Outro portista conhecido da cidade do Porto, Orlando Mesquita, que formou nos anos 70 o grupo portuense The King Fisher’s Band, que tocava em Pubs, Bares, e concertos, especialistas em Blues, Musica Folk e Country. Recordo com saudade, a actuação destes amigos portuenses, como banda de suporte num espectáculo inolvidável de Joan Baez, em Agosto de 1980, a que tive o privilégio de assistir no pavilhão do Dramático de Cascais, numa altura em que estava envolvido na produção do espectáculo com Ricardo Casimiro da promotora de espectáculos Tournée. Neste Domingo, Orlando Mesquita quis homenagear o seu clube de coração, interpretando acompanhado pela viola, uma música da sua autoria dedicada ao Clube.

De estranhar, apenas, não ter visto ninguém da estrutura directiva do Clube mas isso, pode ter sido impressão minha…

Abraço

terça-feira, 29 de maio de 2012

O Cantinho das Modalidades


Hóquei em Patins

O FC Porto Império Bonança bateu no passado Sábado o Gulpilhares, por 4 x 6, e mantém-se assim na luta pelo 11.º título consecutivo. 

Neste encontro da 27.ª Jornada do Campeonato Nacional, Reinaldo Ventura foi mais uma vez decisivo, ao apontar três golos, dois deles na primeira parte. Ao intervalo, os Dragões venciam por 0 x 4, o que lhes dava praticamente a certeza da vitória, num terreno difícil.


Natação

A nadadora Sara Oliveira, do FC Porto, ficou em 11.º lugar nas meias-finais dos 200 metros mariposa, nos Campeonatos da Europa de Debrecen, na Hungria, ao realizar o tempo de 2.11,98 minutos, falhando o acesso à final.

Sara Oliveira, que é recordista nacional de todas as distâncias do estilo, não conseguiu assim os mínimos para Londres 2012 nos 200 metros. Porém, já tinha garantido os mínimos nos 100 metros mariposa.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Liga UEFA Fantasy Football EURO 2012 do Blog A Mística Azul e Branca

Tal como vinha sendo anunciado eis que criamos uma Liga UEFA Fantasy Football do EURO 2012 e queremos agora ver quais dos Treinadores que costumam participar nas nossas Ligas é o Melhor a orientar uma Selecção Nacional. Afinal o sonho de qualquer Treinador é ser Seleccionador do seu País e está aqui uma grande oportunidade para se concretizar este sonho.

As Regras para participar são as habituais, ou seja:

- Cada Treinador só poderá participar com 2 Equipas no máximo;

- E poderão entrar na Liga até á 2ª Jornada da fase de Grupos do EURO 2012.

A violação de qualquer uma destas regras é punida com a expulsão do Treinador5t e das suas equipas.

Como por vezes se torna complicado fazer uma Equipa de Selecções, eis que o UEFA Fantasy Football disponibiliza um Treinador Assistente que ajudará todos os participantes a eleger os seus selecionados e o seu onze. È muito fácil e prático. 

Participem, pois depois de termos sabido quem são os Grandes Campeões nacionais e Europeus de Clubes queremos agora saber quem será o melhor dos melhores nas Selecções. 

Para poderem participar na Liga inscrevam-se no Site Oficial do UEFA Fantasy Football EURO 2012  e em "aderir a Liga" digitem o seguinte código: 144375-33956

A Classificação da Liga UEFA Fantasy Football EURO 2012 do Blog A Mística Azul e Branca será actualizada sempre ao fim de cada Jornada do UEFA EURO 2012 durante a Fase de Grupos e no Final das fases a eliminar.

Boa sorte e que ganhe o melhor!

domingo, 27 de maio de 2012

Muita parra e pouca uva

Nada de golos, poucas ocasiões para eles aparecerem e acima de tudo sobram pontos de interrogação na cabeça dos Portugueses. O primeiro encontro de preparação, durante o estágio, para o Europeu 2012 esteve longe de ser brilhante. 0 x 0 em Leiria e muito trabalho para Paulo Bento. A defesa Portuguesa cumpriu, o meio-campo mostrou fibra, mas o ataque (sempre ele) continua a dar dores de cabeça aos Portugueses.

Portugal teve uma exibição pobre e mostrou pouca motivação e empenhamento no jogo. A Selecção Nacional apresentou-se muito lenta, perante um adversário que não deu muito trabalho à defesa Nacional.

Beto foi a surpresa na baliza da Seleção. O guarda-redes do Cluj foi aposta de Paulo Bento, num sinal de que Eduardo pode ser a terceira opção para as redes Nacionais. Quaresma e Ronaldo foram as asas de uma Seleção que pouco conseguiu voar.

Na primeira parte Portugal mostrou pouca intensidade no jogo, teve vários passes falhados e revelou ter falta de soluções para furar o esquema defensivo da 98ª Selecção do ranking FIFA. As oportunidades de Portugal contam-se pelos dedos de uma só mão e apenas os livres de Cristiano Ronaldo fizeram abanar as redes... mas do lado de fora.

Na segunda parte, Portugal entrou melhor, mas a Macedónia cresceu em alguns períodos do jogo. Hugo Viana teve a oportunidade de voltar a sentir "o peso" da camisola Nacional. O jogador do SC Braga entrou para o lugar de Miguel Veloso, mas nem ele conseguiu empurrar a equipa para o golo.

De resto, até ao final a Seleção arrastou-se embalada pelos assobios dos adeptos que marcaram presença no estádio de Leiria. Para a semana há mais e os Portugueses querem, por certo, mais, muito mais.

Dois jogos consecutivos sem golos a valerem dois empates. Primeiro foi na Polónia, agora com a Macedónia. O Euro 2012 está aí à porta e Portugal tem que fazer mais (muito mais) se quiser «brilhar» no certame da Polónia e da Ucrânia.

Retitrado de zerozero

Melhor em Campo: Ricardo Quaresma

sábado, 26 de maio de 2012

¡¡Hala Madrid!!: Carta aberta a Cristiano Ronaldo

Caro Cristiano Ronaldo, Jogador do Real Madrid CF e da Selecção Nacional Portuguesa

Sou um adepto Português que segue e vive com muita intensidade os feitos do Real Madrid CF. De entre os Jogadores da Casablanca com os quais me revejo é evidente que se encontra o mágico que carrega o n.7 às costas. È impossível não se gostar do Cristiano. Alguém que trata a bola por tu e transforma um Jogo de Futebol em arte merece o meu respeito, carinho e admiração.

O problema é o que tens dito nos últimos tempos… Confesso que como Merengue não me revejo nas tuas afirmação de que mereces nota 10 e os teus colegas de Clube nota 9. E muito menos posso aceitar que te consideres melhor do que o Lionel Messi. Só um louco poderia ousar pensar em semelhante coisa e tu cometeste a insensatez de dizer tais coisas publicamente.

E isto porque meu caro Ronaldo o Futebol é um jogo colectivo onde o colectivo trabalha em conjunto para se alcançar um objectivo. Até o Messi (que injustamente criticas) precisa da “ajuda” de Xavi, Iniesta e restantes colegas para resolver as partidas do FC Barcelona. O que seria de ti no Real Madrid CF sem o Xabi Alonso, Özil, Arbeloa, Ramos, Casillas, Di Maria, Benzema, Higuaín, etc.? Nada meu caro. Serias apenas mais um que trata bem a bola mas que não difere muito de um Jogador esforçado. Não é por acaso que o teu rendimento na Selecção Nacional Portuguesa é muito diferente para pior daquele que costumas ter no Real Madrid CF.

E como podes afirmar a plenos pulmões que és melhor do que o Messi? Então o Argentino marca mais golos do que tu em La Liga BBVA e tu vens a público dizer que és melhor do que ele?

O Messi, tal como tu, é um produto da natureza que só aparece de x em x anos no Mundo da Bola. Tanto tu como ele são 2 dos Melhores Jogadores do Mundo e nós Adeptos temos o privilégio de vos poder ver a jogar no mesmo espaço temporal. Tu não és melhor do que o Messi, nem o Messi é melhor do que tu Ronaldo. São ambos dois Deuses do Olimpo do Futebol que se fundissem num só teríamos algo impossível: O Jogador Perfeito.

Mas pronto, eu bem sei que tu nem sempre te guias pela sensatez e que te deixas levar pela inveja e raiva que alguns Portugueses têm do teu talento, fama e fortuna, mas por vezes há que ter cuidado com as coisas que se diz e sobretudo com a forma como as coisas são ditas pois nunca se sabe se no dia de amanhã vamos ser atacados e criticados porque fomos arrogaentes em certas alturas da nossa Vida. Experimenta fazer um EURO 2012 abaixo das expectativas que estás a criar e vais ver que tudo o que disseste sobre os teus Colegas do Real e sobre o Messi se vai virar contra ti como se fossem facas afiadas.

Para terminar peço-te que não leves a mal o que escrevi, pois se estou a ter o trabalho de te escrever esta carta é porque tenho consideração por ti e pelo teu trabalho. Boa sorte para o EURO 2012 CR7 e se possível traz o “Caneco”. Se não o conseguires ao menos tenta contribuir para o fortalecimento da nossa Selecção pois para além de um dos Melhores do Mundo és também o nosso Orgulhoso Capitão.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O dia em que o futuro começou

27 de maio de 2012. Faz vinte e cinco anos que o Futebol Clube do Porto conseguiu a sua primeira grande conquista internacional. Foi em Viena, como todos nós sabemos, que Madjer, Juary, Futre, Sousa e companhia valsaram frente ao poderoso Bayern de Munique, tendo entrado no Prater com o estatuto de pequena equipa que iria ser figura de corpo presente na festa do bávaros e saiu, ao fim de 90 minutos, com o estatuto de mais poderosa equipa da Europa, aquela que melhor futebol apresentava. Foi nesse jogo, de facto, que o FC Porto começou a sua ascensão a nível nacional, europeu e mundial, numa história que em 25 anos se tornou “de glória sem igual”, como se canta no hino do nosso clube.

Em vinte e cinco anos, no entanto, muita coisa mudou. Pode parecer um número pouco, mas é um número que esconde muitas mudanças. A vários níveis, desde o futebolístico até ao nível político, à sociedade, à história onde muitas e significativas mudanças ocorreram. De facto, o mundo onde o capitão João Pinto levantou o santo graal do futebol europeu já não é o mesmo passados vinte e cinco anos.

Portugal era então uma democracia que conhecia a sua adolescência. Viviam-se tempos em que o fenómeno dos hipermercados dava os primeiros passos e onde as famílias preferiam fazer compras, muitas vezes fiadas, nas mercearias dos bairros ou ruas. O Professor Cavaco Silva poucas auto-estradas mandara construir, estando Lisboa e Porto ainda sem essa rápida ligação. Os comboios que ligavam as duas principais cidades demoravam mais de três horas a percorrer os pouco mais de 300 quilómetros a que estas distam uma da outra. A rede ferroviária portuguesa era muito mais rica, podendo-se viajar até cidades como Bragança, Chaves ou Viseu. Mário Soares era o senhor que habitava o Palácio cor-de-rosa, tendo sido eleito na única eleição presidencial que necessitou de segunda volta para encontrar o vencedor. A televisão portuguesa resumia-se a dois canais públicos, e a TV Cabo era coisa que existia “só lá fora”. Havia mais jornais para ler no entanto. Títulos como o “Comércio do Porto”, “Diário de Lisboa” ou a “Gazeta dos Desportos” eram opção de leitura.

No mundo as diferenças são talvez maiores. A começar pela existência de dois blocos políticos antagónicos: os Estados Unidos e a União Soviética. O muro de Berlim ainda não tinha caído existindo, por isso, duas Alemanhas. A sua queda, julgava-se então, ainda estava longe ou nunca aconteceria. A União Europeia ainda se chamava Comunidade Económica Europeia e só tinha doze países, sendo os mais recentes os da Península Ibérica. Vivia-se, assim, um tempo de uma certa inocência depois do degelo das tensões políticas vividas nas épocas anteriores. Foram tempos saudosos para aqueles que os viveram, falando-se ainda hoje nos “eighties” com saudade.

No futebol, no entanto, a década de 80 conheceu momentos dramáticos. É mesmo a maio da década que o futebol europeu muda radicalmente devido a um triste acontecimento: a tragédia de Heysel em 1985. Até esse jogo, em que dezenas de adeptos morreram vítimas de hooliganismo na capital belga na final da Taça dos Campeões, os clubes ingleses dominavam a Europa: de 1977 até Heysel o Campeão Europeu foi sempre inglês com a excepção do Hamburger SV em 1983. Liverpool quatro vezes (1977, 78, 81 e 84), Nottingham Forest duas vezes (1979 e 1980) e Aston Villa uma vez (1982). Com a tragédia de Heysel em que os adeptos do Liverpool carregaram contra os tiffosi da Juventus antes de começar o jogo, as equipas inglesas foram expulsas pela UEFA das competições europeias durante cinco anos. Isto abriu o caminho a que países menos fortes a nível europeu aspirassem a vitórias na principal competição realizada pela UEFA. O feito deu-se logo em 1986, quando o Steaua de Bucareste ergueu a Taça dos Campeões Europeus em Sevilha. Nessa altura as competições europeias eram três – Taça dos Campeões, Taça das Taças e Taça UEFA - e todas jogadas em eliminatórias. Isso levava a grandes surpresas em fases iniciais das temporadas europeias. Foi esta uma das razões que levou a Liga dos Campeões com fases de grupos a ser criada.

A nível interno, FC Porto e Benfica dominavam a meias o futebol nacional, tendo-se o Sporting apagado progressivamente ao longo da década depois da dobradinha de 1982. Os dois rivais chegariam na década de 80 a mais do que uma final europeia, ganharam taças de Portugal e campeonatos quase por igual. No entanto, a diferença entre as duas equipas residia no facto do SL Benfica ser uma equipa de prestígio consolidado a nível nacional e internacional. Foi com a década de 80, e mais concretamente com a noite mágica de 27 de maio de 1987, que as coisas mudaram e que o futuro do hoje maior Clube português, com mais títulos conquistados e mais respeitado por esse mundo fora, começou. De facto, foi nesse dia que uma até aí equipa média se transforma em grande. É o fim da pequenez e dos fantasmas do medo de atravessar a ponte que, combatidos pela dupla Pinto da Costa – Pedroto, acabam de vez.

O futuro arranca aí, no famoso calcanhar de Madjer e no golo de Juary, passando o Porto a dominar internamente o futebol nacional e voltando, neste quarto de século, a mais conquistas europeias e mundiais. Hoje, quando recordamos o jogo das vidas de Madjer, Futre, Frasco, Juary e companhia e olhamos para a História recente mais nos apercebemos que Viena foi o glorioso começo de um futuro que agora nos pertence, e que continuará a acontecer. A cada título, em cada vitória.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

André Castro, o jogador "à Porto".

Começa-se a desenhar aquilo que será o F. C. Porto versão 2012/2013. Depois de assegurada a continuidade do treinador Vítor Pereira, chegou a altura de saber quem fica e quem sai. Enquanto estamos pendentes das saídas vão chegando ecos dos jogadores que poderão entrar nas contas para a próxima época. Numa época em que a contenção de custos deveria ser imperiosa devido à situação económica actual, parece-me que os investimentos para a próxima época deverão ser cirúrgicos, a velha táctica do contentor de trazer uns 10 jogadores para ver se se acerta em 2 ou 3 não pode ser repetida. Assim será importante detectar algumas soluções internas. Nomeadamente dos jogadores que o F. C. Porto colocou a rodar por empréstimo.

Aqui radica o motivo deste meu texto. Pelo que tenho lido e pelos sinais que têm sido dados pela estrutura F. C. Porto salta-me à vista o facto de ainda não ter sido dada qualquer indicação a André Castro para se apresentar no estágio. Isto tudo se torna mais grave quando se sabe que Castro tem contrato apenas por mais um ano e que já fez saber que após 3 anos de empréstimos que esta época ou se fixa no seu clube do coração ou que prefere ser transferido ( e mercado não lhe falta, principalmente em Espanha).

Uma vez mais causa-me muita confusão a forma como o F. C. Porto trata os jogadores da sua cantera. O gondomarense André Castro é aquilo que tanto se reclama para o clube. Um jogador “à Porto”. Com outra vantagem, é um jogador “à Porto” e do F. C. Porto. Portista desde que nasceu e que completou praticamente todos os escalões de formação no clube.

Numa época em que o futebol é cada vez mais negócio e menos paixão, André Castro é o exemplo de jogador que ama o seu clube e que anseia jogar no seu clube de sempre. Podia render-se e querer ir ganhar mais dinheiro para outras ligas, mas não. Ele próprio abdica desse plano imediato para poder cumprir o sonho de ser importante com a camisola azul e branca que sempre foi para ele como uma segunda pele. Na senda de outros portistas como F. Couto, Domingos, Baía, J. Costa etc... Infelizmente, casos cada vez mais raros no nosso clube.  Numa época em que assistimos a tantos jogadores do clube a fazerem públicos os seus desejos de saírem. Jogadores que pareciam ansiosos por se virem livres do clube, não me deixa de causar estranheza que o F. C. Porto deixe escapar um jogador portista de coração e que quer de facto mais que muitos dos que compõe o plantel envergar a camisola com o escudo do bicampeão nacional. O que para uns é apenas profissão, para Castro é mais que isso. É um sonho tornado realidade.

Claro que só o facto de ser um grande portista não chega. Mas a qualidade é também mais que muita. André Castro sempre que fez pré-época com a equipa demonstrou argumentos para ficar no plantel e sempre que chamado cumpriu. O que o fez ser constantemente emprestado era a proliferação de opções a meio campo e o sentimento de que seria benéfico para André Castro o ganhar mais maturidade para voltar para lutar por uma vaga.

Ora esses empréstimos não poderiam ter corrido melhor. Logo no 1º, André Casto sob o comando de Jorge Costa no Olhanense foi claramente o melhor jogador do Olhanense nessa época. Quando se pensava que na época seguinte ele teria opções no plantel principal, tal não se verificou. Como sempre, em caso de dúvida os jovens da cantera cederam lugar a estrangeiros pagos a peso de ouro mas que não raras vezes não ofereciam muito mais do que os da cantera podiam oferecer. Assim deu-se a ida para Espanha. Desafio complicado, uma das melhores ligas do Mundo, uma experiência no estrangeiro… Pois, André Castro, uma vez mais, demonstrou a sua fibra de campeão e triunfou por lá também. Duas épocas consecutivas cotando-se como um dos melhores do Gijón e ganhando estatuto na Liga Espanhola, ao ponto de hoje ser cobiçado por equipas que jogarão as competições europeias.

Ora, passados estes anos, pensei que este fosse finalmente o ano de André Castro. Mais a mais quando até ficou perto da selecção nacional. Outro factor que reforçaria esta tese, seria a sangria do meio campo do Porto que se procedeu a meio da época com as saídas de Souza, Belluschi e Guarin. O Porto precisa de preencher pelo menos duas vagas no meio campo. Pensei que uma poderia ser com um reforço para a vaga de Lucho, um P.H. Ganso. Mas que a outra seria para Castro. Um jogador raçudo, que deixa tudo em campo, que joga sempre em alta rotação, com uma boa meia distância e com uma versatilidade que lhe permite fazer as 3 posições do meio campo do Porto, um pouco à semelhança de Defour mas com outro grau de intensidade e com rotinas de trinco que Defour não possui.

Numa altura em que se foi buscar Paulinho Santos para adjunto e em que se promoveu o regresso de Lucho, pensei que o renovar da mística fosse prioritário. E que melhor do que passar o testemunho a um jogador que incarna todos os valores do F. C. Porto quer no campo quer fora dele?

Uma vez mais, a estrutura do F. C. Porto demonstra um dos seus calcanhares de Aquiles… A incapacidade de aproveitar o investimento que é feito nos escalões de formação. E não é por falta de qualidade. É certo que não espero que o Porto seja como o Sporting. Nem pode. O aproveitamento da formação do Sporting dá-se pela falta de qualidade no plantel principal e pela impossibilidade de investimento. O que não significa que o F. C. Porto deva descurar o aproveitamento da sua formação, principalmente para que os valores do clube se mantenham e a mística não esmoreça.  E entre optar por um estrangeiro que em campo tem valor semelhante ou que vem para encher o plantel, acho que seria preferível apostar num André Castro e noutros tempos num Vieirinha, Helder Barbosa e Paulo Machado.

É chocante como uma geração de campeões da Europa de sub-17 passou totalmente ao lado de uma carreira no Porto e retardaram a sua chegada ao topo por terem passado pelo F. C. Porto. É triste, mas hoje em dia quando vejo a aparecer um jovem talento português, quase que desejo que ele vá para o Sporting porque sei que aí terá oportunidades para evoluir e chegar ao topo mais rápido enquanto sei que no Porto provavelmente acabará esquecido após sucessivos empréstimos. O exemplo paradigmático é essa geração campeã da Europa. O Porto tinha a espinha dorsal dessa geração: Bruno Gama, Paulo Machado,Márcio Sousa, Helder Barbosa e Vieirinha. Nenhum foi aproveitado ou teve sequer grandes oportunidades.

Nessa mesma geração havia um tal de João Moutinho que era suplente de P. Machado e que não tinha metade do destaque de P. Machado mas que tinha a fortuna de ser jogador do Sporting… Devido a isso e ao seu talento e esforço ele curiosamente acabaria… no Porto. Por ser um jogador” à Porto”. Não deixa de ser curioso que para o ser teve que fazer a formação fora do Porto… O mesmo se aplica a Miguel Veloso que hoje joga na selecção principal a trinco e que naquela geração era central e dos elementos mais fracos do onze.

Fez-me muita confusão que P. Machado, outro jogador à Porto tivesse que ser incluído como moeda de troca no negócio Guarín. P, Machado que nunca teve uma oportunidade a sério no Porto e que teve que em França subir a pulso e recuperar algum tempo perdido na sua carreira em empréstimos a clubes medíocres.

Tenho imensa pena se o mesmo se verificar com Castro. Principalmente porque o Porto também não deixa que estes jogadores possam rumar aos seus rivais. Ou seja, por um lado aparentam não acreditar no seu talento, mas por outro também não os deixam reforçar os rivais e obrigam-nos a ter que seguir um caminho mais longo e complicado. Do que se tem falado, os jogadores que terão oportunidade de fazerem a pré-época com a equipa serão: André Pinto, Atsu, Kelvin,Beto e possivelmente Sereno.

Faz-me alguma confusão que Kelvin que nem sempre foi titular do Rio Ave tenha uma oportunidade e André Castro depois de 3 anos a jogar não a tenha… Mas depois analisando mais calmamente, poderemos observar que enquanto que Kelvin é um reforço que exigiu que o Porto despendesse alguma verba por ele, e que gerou também comissões, André Castro não. O seu único clube sempre foi o Porto. Os demais só o foram porque o enviaram por empréstimo. Se ficar ninguém ganhará nada com isso a não ser o próprio e o clube com o que possa render em campo. Talvez por a equação ser tão mais simples é por isso que será mais fácil vendê-lo e desfazer-se de mais um dos bons produtos da cantera, tal como se fez com P. Machado. 

Não deixa de ser engraçado que depois se fale tanto da possibilidade do Porto roubar Adrien Silva ao Sporting, por se tratar de um…jogador “à Porto”. Os jogadores ”à Porto” agora formam-se na Academia de Alcochete. Não deixa de ter a sua piada. Principalmente quando falamos de um jogador para o meio campo, tal como André Castro. O Porto mais depressa encontra jogadores “à Porto” no quintal do vizinho do que na sua própria casa. Às vezes procuramos tanto e não reparamos que o que precisamos está mesmo à nossa frente… Espero que o Porto corrija este tipo de política a tempo e que André Castro seja o rosto dessa mudança. Caso contrário, fica a pergunta… Que é feito do projecto visão 611?  

 

O Cantinho das Modalidades (Edição Especial)


Basquetebol

O FC Porto Ferpinta não conseguiu revalidar o título de Campeão Nacional, falhando o objectivo por três pontos (53 x 56) mesmo depois de sobressair como o finalista mais concretizador (350 x 341) no cúmulo dos cinco jogos da final dos playoffs. 

Esta quarta-feira, mais do que os instantes finais, foi o desempenho no segundo período que ditou o resultado.

Com 16 pontos e 12 ressaltos, o Portista Greg Stempin distinguiu-se como o MVP da partida, cujo final foi estragado pela atitude irresponsável de Carlos Lisboa, o Treinador do Benfica, que, com um gesto grosseiro e absurdo, provocou, desde o centro da arena, os adeptos Portistas, que, até então, não tinham feito mais do que prestar um apoio fantástico à sua equipa.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Os Indignados

A expressão foi usada há dias para classificar uma enorme multidão de manifestantes que se juntou na Puerta del Sol, em Madrid onde, há um ano, nasceu o movimento de contestação às políticas de austeridade como resposta para a crise, reivindicando um modelo social alternativo baseado na "democracia real".

Por cá, a “instituição” aproveitou a onda, e num movimento concertado, veio a terreiro fingir que tinha sido espoliada “pelos do costume”. Não cheguei a perceber (eles falam por enigmas) se as queixinhas eram dirigidas para dentro ou para fora. Admitindo que foram “para dentro”, teriam alguma razão. Com um plantel desequilibrado onde a falta de um defesa esquerdo foi flagrante, alguns atletas já a precisar de reforma, e a pouca imaginativa táctica de “tudo ao molho e fé em Deus”, com os rapazes a deitar os bofes pela boca fora, fez com que terminassem o campeonato completamente rebentados, aliás, característica do currículo deste treinador.

Depois, eles não têm director desportivo. Ninguém sabe do administrador Rui Costa, já nem é visto, de mãos nos bolsos no túnel, a pressionar os árbitros. Outro administrador é motivo de risota semanal num programa desportivo. Um terceiro, que também andou pelo Dia Seguinte, tinha uma voz esganiçada, teve que ser corrido. Sempre que falava, os “espectadores” tinham que mudar de canal. Calculem quantos comandos estragados. O quarto administrador, por acaso adepto doutro clube, e presumivelmente responsável pela área financeira (Domingo Soares Oliveira) conseguiu bater um recorde mundial. Em oito anos, multiplicou o Passivo 5 vezes! Num mini relatório apresentado há dias, já vão nos 400 milhões, em vez dos 80 no ano em que pegou na pasta. Já temos quatro responsáveis a quem os “indignados” devem pedir contas. Ora, se “eles” são oito mais o presidente, faltam quatro! Quem serão? Ilustres desconhecidos, digo eu. Também não interessa, quem manda é o Rei Sol! Os notáveis, nem vê-los.

And the other hand, que é como quem diz: pelo outro lado, se as culpas foram dirigidas para os “parolos lá de cima”, erraram o alvo. Não temos nada a ver com contratos televisivos, paletes de jogadores, arbitragens, alargamentos, calendários, nomeações, presidentes de Ligas, 70 atletas para pagar vencimentos, e o mais que adiante se verá. Estamos afastados do poder há muitos anos. Os sucessivos senhores que, durante o consulado da parelha Vilarinho/Vieira, passaram pela Liga, não foram lá colocados por nós. Cunha Leal, Hermínio Loureiro, Ricardo Costa, e agora, Mário Figueiredo, não têm o carimbo do Futebol Clube do Porto na testa. Na FPF passa-se o mesmo. A nossa “ligação” com Gilberto Madaíl nem era de amizade nem de inimizade. Quem mandava naquilo, como hoje, eram Vítor Pereira e os CD e CJ sempre hostis ao nosso clube. Como orgãos independentes, não tinham que dar satisfações a ninguém. Não vale a pena gastar mais cera com tão ruins defuntos. Seria fastidioso estar aqui a enumerar os prejuízos desportivos e financeiros que nos causaram. E alguém acha que Madaíl ou Fernando Gomes têm alguma culpa dos critérios nas nomeações do senhor Vítor Pereira? Só o senhor Vieira se lembraria de mandar três paus mandados, dizer que o nosso clube é o “rosto do sistema”.

Ou estaria a referir-se ao sistema de ter clubes amigos que vão depois, parar à Segunda Liga? É que, sempre que a “instituição” se mete a ajudar “terceiros”, dá grelo. Senão vejamos. O senhor Vieira, conhecido vendedor de pneus e ladrão de camiões, presidente do clube da terra, atirou com o Alverca de cangalhas. Faliu, não fez por menos. Os senhores Damásio e Figueiredo quando deixaram de poder comprar caixas de charutos e meter as facturas ao clube do regime, foram montar arraiais por ali perto. Na, “linha”. Resultado: Estoril ao charco! A direcção foi corrida e, este ano, a nova Administração está de parabéns. Vem brincar com os meninos mais crescidos. Só espero que não voltem a jogar com a equipa da treta no Algarve, nem a dar as chuteiras ao árbitro! Há dois anos, a “instituição” que gosta muito de adquirir paletes de jogadores, “despachou” uma equipa inteira (mais o treinador de brinde) para Fátima. O clube não desceu por milagre. Também houve um entendimento com o Guimarães para nos correr da Champions. Resultado: banhada e o Guimarães está falido. Este ano fizeram um “protocolo” com o Leiria o qual, segundo rezam as crónicas, consistia em lhes emprestar dinheiro e jogadores, ficando com a primazia em eventuais contratações. Resultado: Mais uma equipa que desce!

Resumindo e concluindo: o senhor Vieira e a BOLHA bateram à porta errada. E sabem porquê meus amigos? É que, o clube dos 6 milhões, ainda não se convenceu que para ter sucesso no jogo do pontapé na bola (não confundir com o pasquim), não basta ter o camarote recheado de ministros. É preciso saber. E o senhor Vieira esqueceu-se dum pormenor. É que o Senhor Presidente do Futebol Clube do Porto, ao contrário dele, percebe mesmo de Futebol.

Até para a semana

terça-feira, 22 de maio de 2012

O Cantinho das Modalidades


Bilhar

Realizou-se, no passado fim-de-semana, no salão do Clube de Bilhar da Amadora, o Campeonato Nacional individual às três tabelas. Rui Manuel Costa e João Ferreira, atletas do FC Porto CIN sagraram-se, respectivamente, Campeão e Vice-campeão Nacionais.

Na próxima época, Rui Manuel Costa vai participar no Campeonato da Europa e João Ferreira vai defender, no próximo dia 26 de Maio, o título de Bicampeão de Esperanças, que se revalidar, lhe dará acesso ao Campeonato da Europa de Juniores.

Andebol

Numa jornada de festa, em que o resultado apenas importava para a equipa forasteira, os Dragões não deixaram de mostrar a sua raça. Na última jornada daquela que será conhecida como a época do "Tetra", o FC Porto Vitalis "esmagou" o Sporting, vencendo por 36 x 26. Entre a primeira fase e a fase final, os Azuis e Brancos apontaram 999 golos. Notável.

10.ª e última jornada da fase final do Andebol 1, está confirmado o nome do jogador mais valioso da prova. Gilberto Duarte, lateral esquerdo do FC Porto Vitalis e há muito líder deste “ranking”, ficou na primeira posição da tabela, com 141,4 pontos. O primeira linha também integra o “sete” ideal desta ronda, com 7,6 pontos, depois de ter apontado nove golos ao Sporting, no passado Sábado.

Gilberto Duarte ficou ainda no topo de outra classificação, a das acções defensivas. O número final foi de 80: 46 blocos, sete desarmes, três faltas atacantes e 24 intercepções.

Hugo Laurentino é outro jogador do FC Porto que faz parte da equipa ideal da jornada. O guarda-redes somou 2,1 pontos e terminou no quarto lugar do “ranking” dos melhores guarda-redes, sagrando-se no entanto o mais eficaz da prova, com 40,61% dos remates defendidos.

Na tabela dos 10 mais valiosos do Andebol 1 encontram-se mais três andebolistas Azuis e Brancos: Pedro Spínola é sexto, com 98,7 pontos, o Capitão Ricardo Moreira é oitavo, com 84,5, e o pivô Tiago Rocha é décimo, com 78,55.

Basquetebol

No primeiro jogo da dupla Jornada deste fim-de-semana, o FC Porto Ferpinta perdeu, no Sábado, o terceiro jogo da final dos playoffs da Liga e o primeiro na Luz, por 67 x 66. 

Com o Benfica em vantagem (2 x 1), os Dragões, Campeões e vencedores da fase regular, tinham a obrigação de ganhar a quarta partida, que se disputou no passado Domingo, novamente em Lisboa, para poder trazer a discussão do título para o Dragão.

E assim foi pois os Dragões venceram na Luz e adiaram a discussão do título para a proxima quarta-feira, no Dragão.

Depois da vitória de Domingo, no Pavilhão da Luz, por 65 x 74, o FC Porto Ferpinta repôs o empate (2 x 2) na final dos Playoffs da Liga, adiando a decisão para o quinto e último jogo com o Benfica. Num encontro que os Azuis e Brancos não podiam perder, o Norte-americano Rob Johnson distinguiu-se como o MVP.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Classificação das Ligas Internacionais do Blog “A Mística Azul e Branca”



Treinador da Semana: Parabéns ao Tiago Knoch (Treinador da equipa Power Team) que foi quem fez mais pontos na Final da Liga dos Campeões.

Campeão da Liga Internacional UEFA Fantasy Football (Liga dos Campeões) do Blog A Mística Azul e Branca - Temporada 2011/12: Lamelas Team (Treinador: António Lamelas)

Parabéns ao 1º Campeão desta Liga e muito obrigado a todos aqueles que participaram. Na proxima temporada regressam as emoções da Liga dos Campeõs e do UEFA Fantasy Football desta competição.

Em breve será criada uma Liga do Blog da UEFA Fantasy Football EURO 2012. Esteja atento ao Blog.

domingo, 20 de maio de 2012

Regresso á velha formula

Confesso que no início da Temporada estava um pouco apreensivo com o rumo que os Dragões estavam a tomar. Treinador arranjado em cima do joelho, Jogadores contrariados e com afirmações públicas de que queriam sair do Clube e as estranhas e nada claras vendas de Falcao e Micael fizeram com que me viesse á memória a malfadada Época 2004/2005.

Contudo chegado ao final eis que tudo parece estar aos poucos a regressar á velha normalidade. O Futebol Clube do Porto renovou o Título de Campeão Nacional (foi ás três pancadas é verdade, mas o que interessa é que mais uma vez o Bicampeonato é Azul e Branco), a SAD levou a cabo importantes alterações a meio da Temporada que fizeram com que a opção Vítor Pereira fosse solidificada e valorizada e agora temos que o Clube começou a vender o excedente que têm no Plantel.

E destas vendas a que para já tem nota de destaque é a cedência do Passe de Guarín ao Inter por 11 Milhões de euros. 

Fabuloso! Simplesmente genial este trabalho de Pinto da Costa e seus pares no caso do Colombiano Guarín. Conseguir vender o passe de um “trambolho” como o Guarín ao Inter de Milão pela módica quantia de 11 Milhões de euros não é mérito mas sim mestria na arte de bem negociar. Só mesmo o Presidente Azul e Branco para fazer uma tão elevada margem de lucro com um Jogador que por norma só começa a jogar alguma coisa nas segundas metades das épocas. 

Para além do bom encaixe financeiro que os Dragões fizeram e que lhes vai permitir desafogar um pouco as finanças, eis que matam dois coelhos de uma "cajada" só, pois mostram aos que ainda estão na Equipa que se não querem cá ficar que a porta está aberta e ao mesmo tempo conseguem retirar da sua vasta folha salarial um Jogador de mediana qualidade que quando não jogava com regularidade tinha uma forte tendência para a indisciplina.

Resta agora saber quem vão ser os Senhores que se seguem na lista de vendas. È importante que o FC Porto tenha consciência de que este Título de Campeão Nacional caiu-lhes aos pés por manifesta aselhice do SL Benfica e que nas Competições Europeias é fulcral fazer muito mais e melhor. E nem meto aqui a Taça de Portugal onde os Portistas já têm muita Tradição.

Daí que seja fundamental ceder os passes de Jogadores como o Alvaro Pereira e Rolando e de valorizar ao máximo Maicon e Sapunaru por exemplo. Um Futebol Clube do Porto á sua imagem exige que os seus Dirigentes percam de vez a mania de fazer uma Equipa de Galácticos. O Real Madrid CF uma vez foi por este caminho e depois foi o que se viu.

È chegada a hora de o Clube contar somente com aqueles que pro cá querem ficar. Agora os que apenas querem dar o salto para outro qualquer Clube Europeu que aproveitem para fazer as malas assim que arranjarem alguém que pague o devido valor dos seus passes. Espero é que tanto o James e o Danilo tenham percebido bem esta mensagem. Quem cá está tem de dar o máximo pelo Clube e não andar a dar uma de Vedeta em tudo quanto é Órgão de Comunicação Social. Não querem cá estar, então ponham-se a andar.

sábado, 19 de maio de 2012

25 Anos no Topo do Mundo



PORTO 1987-2012 : 25 ANOS NO TOPO DO MUNDO é o título do livro de João Nuno Coelho, da Editora Afrontamento. Vai ser apresentado na Avenida nos Aliados, mais exactamente no Café Guarany, no Domingo, dia 27 de Maio, pelas 18.30 h.

O livro vai ser distribuído nas bancas com o Jornal de Notícias de domingo dia 27 Maio (8.50 euros + o jornal).

Participam neste livro ilustríssimos portistas como por exemplo Rui Reininho, Miguel Guedes, Rui Moreira, Álvaro Costa, Álvaro Magalhães, Jorge Manuel Lopes, Miguel Carvalho, Ricardo Alexandre, Carlos Tê, Helder Pacheco, entre muitos outros portistas, cerca de 30.


sexta-feira, 18 de maio de 2012

Classificação das Ligas Nacionais do Blog “A Mística Azul e Branca”



Treinador da Semana: Parabéns ao ilhasbruma.com (Treinador da equipa ilhasbruma.com) que foi quem fez mais pontos nesta 30ª Jornada da Liga Zon Sagres.

Campeão da Liga Record do Blog A Mística Azul e Branca - Temporada 2011/12: chami2011B (Treinador: ricardopostiga99)

Campeões da Liga Record do Blog A Mística Azul e Branca

-  FC A Mística AB (Temporada 2010/11)

Parabéns ao Campeão desta Liga e muito obrigado a todos aqueles que participaram. Na proxima temporada regressam as emoções da Liga Record.


Treinador da Semana: Parabéns ao Pedro Pires (Treinador da equipa GD Pampilhosense) que foi quem fez mais pontos nesta 30ª Jornada da Liga Zon Sagres.

1º Campeão da Liga Virtual Zon Sagres do Blog A Mística Azul e Branca - Temporada 2011/12: F.C. A Mística AB   (Treinador: Pedro SIlva)

Parabéns ao Campeão desta Liga e muito obrigado a todos aqueles que participaram. Na proxima temporada regressam as emoções da Liga Virtual Zon Sagres.

Voltamos as recordar que em breve será criada uma Liga do Blog da UEFA Fantasy Football EURO 2012. Esteja atento ao Blog.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Convocatória da selecção. “Old habits die hard”

Paulo Bento divulgou na passada 2ª feira a lista dos 23 jogadores convocados para o Euro 2012, como se esperava deixando de fora o proscrito Bosingwa, e fazendo de H. Viana o seu V. Baía. Em Inglaterra existe a expressão “Old habits die hard” e a mesma deu até origem a uma música dos Rolling Stones. Há de facto, certos hábitos difíceis de erradicar.

Vejamos como exemplo o cargo de selecionador de Portugal. Scolari parece ter feito escola e agora todo o selecionador tem sempre que ter um jogador que sirva para demonstrar que pensa pela sua própria cabeça e que é capaz de deixar alguém de fora mesmo que seja óbvio para todos que esse jogador merece estar na lista. Scolari aproveitou Vitor Baía, o melhor guarda redes da Europa em 2004 e provavelmente o melhor da história do futebol português, para esse efeito, mais tarde, como Baía já se havia retirado, substitui-o por outro jogador do F. C. Porto, desta vez o melhor jogador da Liga Portuguesa em 2006, Ricardo Quaresma.

Quer um quer outro fizeram falta nas fases finais em questão. Em 2004, Ricardo deu nas vistas a defender penaltis sem luvas, mas começou a sua saga de frangos e de saídas da baliza com os olhos fechados. Em 2006, Scolari achou por bem deixar o virtuosismo de Quaresma de fora, mesmo que não tivesse um substituto à altura… levou Luís Boa Morte que praticamente nunca jogou. Curiosamente no final da competição Scolari queixou-se de que lhe faltavam opções no banco… curiosamente tinha deixado o melhor jogador da Liga de fora…

“Old habits die hard”…E por isso mesmo, mudou-se o selecionador, mas manteve-se esse tal jogador que servia sempre para se mostrar que o selecionador via coisas que mais ninguém era capaz de ver…Desta vez tocou a fava a João Moutinho. João Moutinho que até tinha feito um excelente euro 2008. Para o Mundial não lhe encontraram um posto em 23 jogadores convocados… Curiosamente no final da prova Queiroz queixou-se de ter convocado Deco e lamentou o erro de ter deixado Moutinho de fora… Louve-se esse arrependimento. Isso é algo que Scolari nunca teve a coragem de demonstrar.

P. Bento vai pelo mesmo caminho. Não posso dizer que me surpreenda, atendendo a que P. Bento sempre foi um acérrimo defensor de Scolari e da sua forma de trabalhar. Scolari era o sargentão, P. Bento pode muito bem ser considerado o Sargentinho. Ambos preferem criar grupos fechados de amigos na selecção e mandam às malvas critérios como a qualidade e assiduidade. Ambos gostam de dar uma imagem de disciplinadores, mas na verdade essa disciplina só atinge alguns.

Scolari basicamente arrumou com Costinha, Maniche e S. Conceição por motivos extra-desportivos, mas curiosamente não teve a mesma atitude perante Simão que tinha sido avistado na mesmíssima festa em que estavam Costinha e Maniche, e que não terá sido do agrado do selecionador. S. Conceição, jogador de temperamento forte, foi afastado talvez por ter de forma aberta brincado com a forma como Scolari preparava os estágios. Conceição nunca escondeu também que era contra jogadores naturalizados.Scolari não terá gostado. No entanto, Figo manifestou-se publicamente contra a convocatória de Deco sem qualquer tipo de consequência. O mesmo Figo nunca entregou o teste psicológico que Scolari exigiu que todos os jogadores entregassem…O mesmo Figo que contra a Inglaterra no euro 2004, com Portugal a perder, quando vê que vai ser substituído, sai a passo e nem fica no banco para ver o final do jogo…Estava a rezar no balneário segundo afirmou posteriormente, o selecionador Luis Filipe Scolari… O mesmo Figo que até se deu ao luxo de não fazer uma qualificação porque queria fazer uma pausa, deixando assim que os outros fizessem o trabalho difícil, e depois voltou como se nada fosse para o Mundial 2006. Tudo com a conivência do Sargentão…

Paulo Bento tenta gerir o grupo dentro do estilo Scolari. Tem menor capacidade de criar empatia e de passar uma mensagem para fora (com ele não me parece que ninguém se sinta com vontade de colocar uma bandeira na janela), por outro lado é manifesto que percebe mais de futebol que Scolari, coisa que , diga-se de passagem, também não era muito difícil.

P. Bento também sente a necessidade de gritar bem alto a sua autoridade. Nem que para isso tenha que despachar jogadores da qualidade de R. Carvalho e Bosingwa pelo caminho e ter expressões tremendamente infelizes, quase que tentando humilhar profissionais de futebol. O mesmo P. Bento que no euro 2000 também esteve longe de dignificar o futebol português quando foi suspenso por 3 meses por ter tentado tirar um cartão da mão de um árbitro…

No caso Bosingwa, acusou-o de simular uma lesão sem ter qualquer tipo de prova. Aliás, saliente-se que Bosingwa após o jogo em que supostamente teria simulado uma lesão, ficou mais de um mês sem jogar pelo Chelsea… Os próprios médicos do Chelsea afirmaram que Bosingwa estava lesionado…Mas não interessa… Para P. Bento foi a desculpa certa para retirar a discussão de vez sobre a titularidade de J. Pereira, claramente o seu preferido. Por outro lado, serviu para ele reforçar a sua imagem de disciplinador…Curioso como as pessoas confundem a virtude da disciplina com o defeito da conflitualidade.

P. Bento é por natureza, tal como o era Scolari, uma pessoa conflituosa, que não gosta de ser contrariado e que prefere ter um grupo de cordeiros do que ter efectivamente que ser um líder “tout court”. Um condutor de homens. Allguém capaz de trablalhar com personalidades distintas e conseguir sacar o melhor de cada individualidade para um grupo diversificado mas unido. Assim, tanto Bento como antes Scolari, fogem ao desafio de ter que demonstrar a capacidade de liderança suficiente para aglutinar esse grupo devontades individuais e fazê-lo remar todo para o mesmo lado.

Ao rever convocatórias como P. Bento não consigo deixar de pensar naquela época em que havia a figura do selecionador e a do treinador. Uma pessoa selecionava o grupo de trabalho e depois o treinador só tinha que se limitar a fazer o trabalho de campo. Parecia algo ridículo, mas que visto à luz dos factos de hoje não seria assim tanto. É um facto que o treinador tem o seu modelo de jogo e a sua táctica e as suas ideias para o que quer da equipa. Mas não é menos verdade que o mesmo se passa nos clubes e nem por isso o treinador é quem escolhe os reforços. Pode dizer que quer um jogador para determinada posição com determinadas características, mas não lhe cabe a ele decidir e escolher o nome desse jogador. Tem que trabalhar com o que lhe dão. Numa selecção isso seria uma boa forma de acabar com esta ideia de que a selecção tem que ser necessariamente um grupo de amigos. Não tem. Tem que ser um grupo de profissionais, bem liderados, que tenham todos o mesmo objectivo. O de darem o seu melhor pelas cores portuguesas.

Antes da convocatória via um programa na Rtp em que comentavam Jorge Andrade e Maniche, ex-internacionais portugueses. . Andrade falava no tão famigerado espírito de grupo e da sua importância e como por vezes é mais importante um jogador que dê um bom ambiente de grupo, que outro que tenha muita qualidade mas que dê pouco ao grupo ou que lide mal com o banco e utilizou o seu exemplo próprio e do seu colega Maniche que era conhecido por ter muita azia quando não jogava. Maniche respondeu de uma forma em que concordei em absoluto. Que o espírito de grupo é muito bonito e é também importante, mas que mais importante que isso é escolher os jogadores com mais qualidade. Sem qualidade não se vai a lado nenhum. Se fosse por espírito de grupo e para fazer bons bonecos para os programas do Daniel Oliveira, então contratava-se o Circo Chen e todos faziam umas palhaçadas e todos se riam e o ambiente era espectacular.

Os jogadores não têm que ser amigos. Em 86 chegamos a uma meia-final de um Europeu e os jogadores do Porto e do Benfica nem se falavam fora do campo. Isso retirou qualidade à selecção dentro do campo? Por isso, mais do que criticar os que ficaram de fora e os que vão para o Europeu, primeiro é preciso ver quantos sobreviverão a quase um mês fechados com P. Bento. Já no Sporting P. Bento era conhecido por ser recordista em suspender jogadores, na selecção não deixou o seu crédito por mãos alheias e manteve o ritmo, e só está com os jogadores por poucos dias… Por isso imagine-se o perigo de estar com eles tanto tempo…

Sobre a convocatória em si, ate nisso, P. Bento segue as pisadas do seu amigo Scolari. Ambos gostam de dar uma imagem de total independência e de que são totalmente avessos a pressões… Na verdade quer um quer outro sempre se esforçaram por incluir jogadores dos 3 grandes, mesmo que um deles (neste caso o Benfica), não tenha portugueses no onze. Tudo para que se agrade a gregos e troianos e não fique um núcleo de adeptos a sentirem-se excluídos.

Prova disso é a convocatória de Eduardo. O mesmo P. Bento que logo na sua 1ª conferência de imprensa afirmou que um dos seus critérios seria a assiduidade dos jogadores nos seus clubes, ora que se esquecem desse critério para não deixar o guarda redes suplente do Benfica de fora… Mesmo que para isso tenha que cometer uma enorme injustiça com Quim… O que sei é que Beto teve que sair para o Cluj afirmando que sem essa utilização o mais provável seria não ir ao Europeu… Eduardo ficou a suplente no Benfica e nem se mostrou preocupado por não sair em Janeiro… Parecia que já sabia que seria sempre escolhido...  Benfica é Benfica…

Mas engane-se quem pensa que foi a primeira e única vez que P. Bento traiu os seus princípios e a sua palavra. Atente-se ao jogador Carlos Martins. Jogador dispensado por P. Bento no Sporting. Por uma questão de modelo de jogo? Não. Por questão de carácter, segundo afirmava P. Bento.

Carlos Martins também simulava lesões no entender de P. Bento e segundo o próprio com ele nunca mais jogaria. Até teve direito a um bate-boca público entre jogador e treinador, um pouco à semelhança do que se passou agora na selecção com R. Carvalho e Bosingwa. Ora, C. Martins passou por Espanha, e dá-se a casualidade de que quando P. Bento assume a selecção C. Martins ser um dos poucos portugueses titulares do Benfica. Perante a pressão imediata dos benfiquistas para saber se C. Martins ficaria de fora, Bento fez com Martins o que não fez com mais nenhum jogador… Assegurou logo de imediato que ele seria convocado e que com ele jogaria na selecção.

Dito e feito. Martins foi chegar ver e vencer… Nem que para isso tivesse que ser relegado para o banco um jogador como Tiago que finalmente tinha ganho o posto no Mundial 2010 depois de anos de espera para que Deco lhe abrisse uma vaga. Curiosamente pouco tempo depois dessas afirmações de Bento e da titularidade total e absoluta de Martins, Tiago decidiu colocar um ponto final na sua carreira ao serviço da selecção… Curiosamente… Entretanto C. Martins saiu do Benfica. Este ano, o Benfica tinha apenas Eduardo e como suplente… P. Bento tinha a hipótese de levar ainda R. Amorim mas tramaram-no quando o emprestaram ao Braga. O mesmo Ruben Amorim passou de ser forte hipótese nos 23 para deixar de ser hipótese de todo… Bastou passar do Benfica para o Braga.

Eis então que surge o nome de Nelson Oliveira à baila. Não havia mais nenhum. Uma vez mais P. Bento contraria os seus princípios. Tinha deixado claro que provavelmente levaria apenas dois pontas de lança ao Euro, uma vez que CR7 poderia jogar a ponta de lança… A partir de momento que não havia mais alternativas para convocar no Benfica, surgiu então a ideia de que N. Oliveira seria o 3º ponta de lança da selecção…Tudo isto porque oferecia características que mais nenhum outro jogador oferecia naquele posto…Curiosamente o mesmo argumento poderia servir para a chamada de H. Viana, mas ao invés serve para o afastar…Afinal a diferença do H. Viana é má, torna-o desadequado para o modelo de jogo de P. Bento…

Atenção, nada contra Nelson Oliveira. Não tenho dúvidas que ele é o futuro ponta de lança da selecção. Tem de facto características interessantes e foi o rosto da geração coragem que foi vice-campeã mundial de sub-20. Mas o que deixo para ponderação é o seguinte: Se N. Oliveira fosse jogador do Braga, tivesse 10 jogos apenas na Liga e 0 golos, seria ele convocado…? Como vemos P. Bento fez questão de dentro da controvérsia, ser politicamente correcto.

Muitas vozes começaram a pedir e com a razão a chamada de H. Viana por ser claramente um dos melhores médios da liga portuguesa e um jogador com uma qualidade de passe que mais nenhum outro médio tem na selecção. Muitos também começaram a estranhar o facto de o Braga não ter nenhum jogador na selecção. O Benfica sem jogar com nenhum português no onze tinha 2 convocados, o Braga mesmo jogando sempre com 5 ou 6 jogadores portugueses e fazendo uma excelente época, não via a sua qualidade de jogo e a qualidade dos seus jogadores reconhecida pelo selecionador nacional.

Abriu-se aí o dilema para P. Bento. Como arranjar jogadores do Braga sem que tivesse que dar o braço a torcer relativamente a H. Viana… Inicialmente e quando N. Oliveira ainda não era hipótese, começou por chamar N. Gomes. Mesmo que N. Gomes curiosamente nem fosse titular do Braga…Mas interessava para a teoria de P. Bento de que afinal até convocava jogadores do Braga. O panorama ficou mais desanuviado para P. Bento quando Custódio e Miguel Lopes começaram a ser titulares a meio da época. Daí estas terem sido as duas surpresas reservadas por P. Bento. Assim ninguém pode dizer que ele só leva jogadores dos 3 clássicos grandes… E consegue de certa forma amparar o desgosto pela não chamada de H. Viana.

Obviamente que para isso teve que sacrificar outros jogadores que contavam com a convocação. Nelson do Bétis por exemplo, que até já tinha sido opção para P. Bento e que fez uma excelente época no Bétis. Ele seria de forma natural o tal lateral que podia jogar nos dois flancos… Foi sacrificado pela necessidade de P. Bento de convocar jogadores do Braga.

Custódio tratou-se daqueles casos feitos por encomenda quase. Um jogador que P. Bento sempre apreciou e que até o promoveu a capitão no Sporting, e que preenche uma lacuna na posição de trinco e que dá algum peso que faltava ao meio campo em termos defensivos.

Manuel Fernandes ficou de fora. Um sacrifício que a meu ver não se deveria ter dado. Porque a meu ver Bento sempre teria que levar um trinco mais fixo. O erro estava em nunca o ter encontrado antes. A ideia de que ele deu de que Portugal jogaria sempre em posse e com médios levezinhos tipo Espanha, foi uma ideia algo megalómana. A questão é que Espanha tem: Xavi, Iniesta, Silva, Cazorla, Cesc Fabregas, Thiago Alcantera e tem uma base do Barça que joga o tiki taka de forma natural. Portugal não tem essa abundância a meio campo. Mas mesmo assim, Del Bosque dá uma lição a P. Bento na forma como se escolhe um grupo.

Del Bosque é fiel ao estilo de jogo de posse espanhol, contudo, tal não significa que abdique de plano B ou que deixe de fora jogadores de qualidade só porque não são iguais aos que são titulares. Daí que fugindo a esse estilo de jogo, ele convoca Javi Martinez para dar mais peso ao meio campo, convoca agora Javi Garcia do Benfica que nada tem a ver com os outros médios convocados e mesmo no ataque convoca um jogador como Llorente que nada tem a ver com o estilo de avançado que tem sido privilegiado na Roja que sempre tem preferido mobilidade no ataque.

Se Del Bosque fosse como Bento, deixaria o talento de Llorente de fora da selecção espanhola porque é um jogador de características totalmente distintas áquilo que é a forma de jogar da Espanha. Um jogador que apela muito mais ao estilo directo e não tanto ao futebol de posse. Del Bosque sabe que tem que ter plano B. Por muito bom que seja o plano inicial, numa fase final é importante ter soluções distintas para rivais que terão armas distintas. E nem teve qualquer tipo de recorrer a esse plano B até mesmo no último mundial no jogo contra Portugal. O jogo estava amarrado e ele então baralha tudo quando manda a torre Llorente para provocar estragos no centro da defesa portuguesa. A vantagem de ter jogadores no banco que oferecem a garantia da diferença dentro do campo.

P. Bento dá ideia com as ausências de Manuel Fernandes e H. Viana que realmente não tem nem quer ter plano B. Tem um onze titular e depois os restantes convocados devem ser fotocópias de fraca qualidade dos onze eleitos. Quando se faça uma substituição deverá ser troca por troca, e não deve entrar ninguém que jogue de forma distinta dos que estão a jogar. Só assim se explica ausência de H. Viana e M. Fernandes e a convocação de jogadores como M. Veloso e R. Micael. Ou isso ou o simples facto de P. Bento não ter visto sequer os jogos dos jogadores que convocou. Tinha um grupo decidido e fechado e era indiferente o que cada um fizesse no seu clube.

M. Veloso é claramente um dos elementos que faz parte do grupo de amigos de P. Bento. O tal que deve dar um excelente balneário. Que o digam no Genoa, uma vez que lá foi suplente grande parte da época. Deveria ser muito divertido no banco.

R. Micael fez uma época mediana no Saragoça que lutou até ao fim por não descer de divisão. A sua convocatória, acho que até aos adeptos do Saragoça apanhou de surpresa, uma vez que ao contrário de H. Postiga, R. Micael nem era um dos destaques da equipa. Veloso será a fotocópia desfocada de Meireles e Custódio, R. Micael a fotocópia desfocada de Carlos Martins e João Moutinho.

Manuel Fernandes foi nesta época provavelmente o melhor jogador do Besiktas. Era ele que comandava o meio campo da equipa turca e destacou-se, quer pelo vigor físico, quer pela qualidade técnica a pautar o jogo, assim como pelo elevado nº de assistências. Fez inclusive uma época superior a Quaresma na opinião de muitos. Nada disto interessa para P. Bento. Não é a qualidade ou o que pode oferecer, é saber se pode ser um bom elemento de banco.

Fica a questão. Alguém acha que M. Veloso e R. Micael quando lançados no decorrer de um jogo, serão elementos capazes de revolucionar o jogo da equipa?

Já H. Viana e M. Fernandes pelo menos dariam outro tipo de armas que a equipa não tem. Neste meio campo tão leve e com apenas um trinco de raiz, Manuel Fernandes daria a capacidade física para além da enorme qualidade técnica. Hugo Viana se faz os passes que faz para Lima no Braga, imaginem-no a servir um ataque com Nani e CR7.

Os defensores de P. Bento dizem que entendem a opção porque o Braga joga em transições e a selecção joga em posse e que por isso H. Viana não se enquadra…Muito líricos devem ser todos aqueles que acreditam que Portugal poderá fazer um jogo de posse total e absoluta contra selecções como Alemanha e Holanda… Estou ansioso por ver a tão propalada posse de bola defendida por P. Bento… Já estou mesmo a ver que vai ser posse de bola ao estilo de V. Pereira, treinador do Porto. A posse de bola que fica na sala de imprensa… Quando se chegar ao campo, ver-se-á uma equipa mais propensa em apostar nas transições até mesmo pelas características dos jogadores do ataque.

Louve-se que pelo menos o facto de P. Bento esforçar-se para inventar uma desculpa para não levar H. Viana…É um upgrade em relação a Scolari… O Sargentão nem se dava ao esforço e estava-se a marimbar para os jornalistas e se possível até gostava de gozar com eles e o os insultar. O pior é que os jornalistas deixavam e toda a gente achava piada…Se fosse português já não achariam tanta piada…

Muita gente aponta o meio campo como o sector mais fraco e com mais problemas da selecção…Não podem é ser as mesmas pessoas que concordam com a convocatória… Como pode o meio campo ser um sector frágil quando se deixa de fora jogadores como H. Viana e Manuel Fernandes…? A lógica diz-nos que os que forem serão ainda melhores…Ou então é sinal de que a convocatória carece de critério e de lógica… Não foi a qualidade o factor principal para aescolha dos jogadores e, quando assim é, começa-se logo mal…

Esperemos que apesar de P. Bento e da sua postura de Sargentinho, Portugal possa fazer uma participação que nos orgulhe…Mesmo que não faça, P. Bento já conseguiu o seu objectivo que é manter o emprego. Até nisso ele conseguiu um upgrade relativamente a Scolari…

Para terminar e em jeito de reflexão deixo os jogadores que nesta selecção poderão ir ainda ao Mundial do Brasil e as suas idades nessa altura:

R. Patricio- 28 anos, J. Pereira terá 32, logo acho que poderá nem ser opção, Coentrão 28, Migue Lopes 29, Pepe 33, Rolando 30, Moutinho 29, Veloso 30, R. Micael 29, Cristiano Ronaldo 31, Nani 29, Nelson Oliveira 24.

Ou seja, dos 23, com muito boa vontade, poderão chegar 12 ao Mundial do Brasil. E uma selecção claramente envelhecida. Será importante que P. Bento vá pensando em renovar o grupo e em procurar soluções para o futuro. Outras selecções já estão a fazer esse trabalho. Num exercício de futurologia diria que esta poderá ser o onze da selecção no Mundial do Brasil ( com os dados de que dispomos actualmente e dando espaço para a afirmação de outros talentos):

R. Patrício, Cedric, Pepe, Rolando (opção de Sereno ou ainda N. Reis capitão dos sub-20), F. Coentrão, André Castro, André Martins e Moutinho; CR7, Nani e Nelson Oliveira.